Tecnologias na pecuária leiteira goiana surpreendem produtores de MT

Tecnologias na pecuária leiteira goiana surpreendem produtores de MT

Tecnologias na pecuária leiteira goiana surpreendem produtores de MT

Produtores leiteiros de Mato Grosso e técnicos do Sistema Famato em Missão Técnica pelo Estado de Goiás estiveram, nesta quarta-feira (12), em duas propriedades referências em produção de leite, a Estância Tamburil, no município de Bela Vista e na Granja Leiteira Sol Dourado detentora da marca de leite Quality, em Gameleira de Goiás.

“O objetivo da Missão Técnica Leite é elevar a produtividade e atingir uma estrutura produtiva mais sólida em termos de qualidade, custos e preços”.

“A pecuária leiteira é um segmento importante para Mato Grosso, como atividade econômica e social”, disse o diretor de Relações Institucionais da Famato, José Luiz Fidelis.

A Estância Tamburil aposta nos planteis da raça Gir Leiteiro e Girolando. Os investimentos estão focados no melhoramento genético. Para o proprietário Amarildo Pires as fêmeas Girolando são produtoras de leite por excelência e possuem características fisiológicas e morfológicas perfeitas para a produção, atribuindo um desempenho satisfatório economicamente.

Já as da raça Gir são dóceis e se adaptam com mais facilidade ao clima de Goiás, mesmo quando expostas a altas temperaturas climáticas, ideal para Mato Grosso que tem o clima semelhante.

De acordo com Amarildo a fazenda produz, com as vacas Gir leiteiro o leite tipo A2A2, leite praticamente 100% de beta-caseína A2, ou seja, não causam alergia em pessoas diagnosticadas com alergia do leite ou lactose. Na propriedade há vacas que produzem, em média, 80 litros de leite por dia, independente das condições climáticas.

Durante a vista em campo, a comitiva conheceu o programa de embriões desenvolvido pela Tamburil. Por meio do aprimoramento genético, o programa que é chamado de “Lactus Embriões” tem o objetivo de melhorar a produção leiteira e a qualidade do gado.

O médico veterinário, Bruno Pires explicou que a tecnologia permite a inseminação de embriões de qualidade da raça Gir leiteiro ou Girolando em um terceiro animal, que passa a servir como “barriga de aluguel”.

“O resultado são crias Gir puro ou Girolando de alto padrão, que vão garantir ao rebanho um aumento considerável na produção de leite, com mais qualidade, mais sódio e gorduras totais”, contou Bruno.

Já a segunda propriedade visitada, nesta quarta-feira (12), Granja Leiteira Sol Dourado – Quality, aposta na raça pura holandesa.

A média de produção por dia é de 5 mil litros de leite tipo A. “Produzimos o leite tipo A, integral, semidesnatado, desnatado e o zero lactose”, contou Alessandro.

Na Granja Leiteira a comitiva de Mato Grosso também conheceu o funcionamento do biodigestor que utiliza dejetos de bovinos para a geração de biogás e energia elétrica.

“Eu costumo dizer que esse biodigestor foi um divisor de águas aqui na propriedade. Os dejetos são jogados no solo, tratados e sem menor risco de contaminação do lençol freático e do meio ambiente.

“Sem falar que hoje a fazenda é autossustentável, produz energia para atender todo o processo de produção industrial do leite Quality”.

Com 190 vacas nós temos energia para tocar toda a demanda. Além disso, o processo possibilita ainda a produção de feno, o que diminui e muito a demanda por ração para alimentar o gado”, disse Alessandro Pedrosa, proprietário da marca de leite Quality.

Alessandro ressaltou ainda que além do tratamento do esterco que se transforma em energia, é utilizado para adubação da plantação de milho e soja.

O milho para fazer a silagem e o grão úmido para a dieta dos animais e, com isso a economia de adubo químico na fazenda é de 50%.

“Sem falar que nos possibilita a produção de adubo orgânico para adubar a terra, a fértil irrigação e o manejo do dejeto que antes era um problema, hoje é uma solução”, descreveu.

Segundo Alessandro, com o biodigestor a propriedade tem uma economia de aproximadamente R$ 30 mil reais por mês na geração de energia e ainda recebe créditos de excedentes que são abatidos na conta.

A missão técnica é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT).

Participam da comitiva 14 pessoas, sendo produtores leiteiros de Poxoréu, Campinápolis, Pontes e Lacerda, Nova Canaã do Norte, Colíder, Guarantã do Norte, Vale do Rio Branco, Vila Bela da Santíssima Trindade, Dom Aquino e Terra Nova do Norte. Também fazem parte técnicos da Famato e Senar-MT.

A iniciativa teve a colaboração da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e Senar-GO.

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