Tecnologia da Embrapa de tratamento de esgoto é aplicada em zona rural do Rio

Renan Alcântara Fossa séptoca biodigestora

Tecnologia da Embrapa de tratamento de esgoto é aplicada em zona rural do Rio

Até o fim do ano, serão investidos US$ 153 milhões beneficiando 48 mil agricultores familiares residentes em 373 microbacias de 72 municípios do Rio de Janeiro, por meio do programa Rio Rural.

O programa executado pelo governo do estado em parceria com a Embrapa e a Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF) é voltado para o saneamento rural, recuperação da qualidade da água, conservação do solo e recomposição da cobertura vegetal>

O Rio Rural é financiado pelo Banco Mundial e tem apoio da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), além de uma rede de parceiros que inclui entidades do poder público, ONGs, empresas e outras organizações.

Levantamento realizado pela Embrapa Instrumentação demonstrou, em 2016, que o Rio de Janeiro é o estado que mais adotou a fossa séptica biodigestora. Em 37 municípios, o total instalado foi de 4.087.

No município de Cambuci, 58% da população de 3.535 habitantes adotaram a tecnologia, sendo o que mais concentra unidades da tecnologia, 409, seguido por São Francisco do Itabapoana com 309 unidades.

O programa é voltado para o público de mais de meio milhão de habitantes em 2,5 milhões de hectares de área de produção agrícola do estado. Está prevista até o fim do ano a instalação de cinco mil sistemas, incluindo Clorador Embrapa e Jardim Filtrante, tecnologias complementares à Fossa Séptica Biodigestora.

A fossa é dimensionada para uma residência com até 5 moradores, composta por três caixas interligadas. A única manutenção é adicionar mensalmente uma mistura de água e esterco bovino fresco (5 litros de cada), que fornece as bactérias que estimulam a biodigestão dos dejetos, transformando-os em adubo orgânico.

Nesta semana, está sendo ministrado curso para extensionistas de diferentes regiões do estado sobre tecnologias sociais de saneamento básico rural. “Também será abordado o reuso do efluente de esgoto da Fossa Séptica Biodigestora na agricultura”, lembra o supervisor do Setor de Gestão da Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa Instrumentação, Carlos Renato Marmo.

Produção orgânica

De acordo com a coordenadora técnica da Secretaria de Agricultura estadual, Helga Restum Hissa, a fossa séptica Biodigestora tem permitido o reuso de água, tornando a produção ambientalmente mais adequada e possibilitando o acesso a sistemas de certificação ou garantia da conformidade da produção orgânica. “Além disso, na recente seca ocorridanas regiões norte e noroeste, o reuso mostrou-se de grande importância para o uso consciente da água”, diz.

As áreas priorizadas para a instalação da tecnologia são regiões de maior concentração da agricultura familiar, com maior participação agrícola na economia municipal, maiores índices de degradação ambiental e elevada pobreza rural. O objetivo é melhorar a qualidade de vida no campo, reduzir os riscos de doenças e de impactos ambientais provocados pelo despejo dos esgotos.

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