O frigorífico Aurora de São Gabriel do Oeste, cidade localizada a 140 km de Campo Grande, suspendeu a produção de 10 toneladas por dia de um tipo de hambúrguer. Segundo o gerente-geral da unidade, Moisés Caetano de Oliveira Júnior, os insumos utilizados na fabricação já deveriam ter sido entregues, mas a carga está em caminhões presos nos bloqueios feitos durante protestos dos caminhoneiros no Paraná e em Santa Catarina.

“São ingredientes necessários para fazer o hambúrguer, além de embalagens e caixas para o produto”, explicou Oliveira Júnior.

Segundo o gerente-geral, a empresa ainda não contabiliza prejuízos. Para não deixar máquinas paradas e não dispensar funcionários, o frigorífico remanejou as linhas de produção. “Nós substituímos a linha de produção desse hambúrguer por outras. Temos insumos estocados para a fabricação de outros tipos de hambúrgueres, por isso, ainda não tivemos prejuízos”, afirmou.

O frigorífico produz, por mês, 8,2 mil toneladas de produtos. Ainda segundo o gerente-geral, caso os protestos continuem e, com isso, os insumos não cheguem, algumas linhas de produção podem ser paralisadas na próxima semana.

Em Mato Grosso do Sul, os protestos dos caminhoneiros começaram no último sábado (21). Durante os cinco dias de protesto foram bloqueados os trechos:

BR-163, ms 614 e 618, em São Gabriel do Oeste;
BR-163, kms 256, 267 e 270, em Dourados;
BR-163, km 466, em Campo Grande;
BR-463, km 102, em Ponta Porã;
BR-262, km 321, em Campo Grande;
BR-267, km 362, em Maracaju.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta sexta-feira (27), não há bloqueios em nenhuma das rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul.

Protesto

Os caminhoneiros protestam contra taxa de impostos, alta do preço de combustíveis e baixo valor do frete. Há manifestações em vários estados do país. Em Mato Grosso do Sul, é permitida a passagem de ambulâncias, automóveis e veículos com cargas de perecíveis.

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), informou nesta quinta-feira (260 que vai reduzir, até o fim deste ano, a alíquota de 17% do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o óleo diesel.

Na Justiça

A Advocacia-Geral da União pediu à Justiça Federal que impedisse a realização dos bloqueios. O pedido foi aceito após análise de relatório da PRF.