Saúde do homem melhora após participar do pré-natal

Saúde do homem melhora após participar do pré-natal

Saúde do homem melhora após participar do pré-natal

A terceira etapa da pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e Cuidado, realizada pelo Ministério da Saúde, indica que 72,25% (26.965) dos pais ou cuidadores entrevistados participaram das consultas de pré-natal com suas parceiras no país.

Desse total, 80,71% (21.763) afirmaram que esse envolvimento os motivaram a cuidar melhor da sua saúde. Os dados demonstram que a paternidade é a principal porta de entrada do homem na unidade de saúde para que ele também se cuide.

“Na saúde brasileira, por barreiras socioculturais, por exemplo, diferentemente da mulher, a população masculina tende a buscar os serviços de saúde já na atenção especializada – e não no atendimento primário, por meio da promoção da saúde e da prevenção – o que traz como consequência o agravamento de doenças” explica o coordenador da Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Francisco Norberto Moreira da Silva.

Nesta terceira etapa da pesquisa foram realizadas 37.322 entrevistas com pais ou cuidadores que assumiram a figura paterna e que acompanharam o pré-natal, parto e pós-parto de crianças nascidas no Sistema Único de Saúde (SUS) no ano de 2015.

O objetivo da pesquisa é obter dados sobre o acesso, acolhimento e cuidados com a saúde masculina nos serviços públicos de saúde; e levantar informações sobre o envolvimento do pai no pré-natal e nascimento da criança. A coleta de dados foi feita entre março de 2017 e março de 2018.

Embora a pesquisa aponte maior conscientização em relação à saúde, devido a participação no pré-natal, ainda é alto o número de homens que não têm na sua rotina o cuidado com a saúde.

Quando questionados sobre o costume de buscar os estabelecimentos públicos de saúde, 36,36% (13.570) dos entrevistados afirmaram não ter o hábito de ir nesses locais.

Desse total, 47,57% (6.455) informaram que o desinteresse é motivado por nunca ter precisado; falta de interesse ou porque não gosta de hospital. Contudo, muitos agravos poderiam ser evitados, caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção.

A pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e Cuidado integra a estratégia Pré-Natal do Parceiro, presente no eixo Paternidade e Cuidado, da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), do Ministério da Saúde.

A Política visa qualificar a saúde da população masculina, na perspectiva de linhas de cuidado, resguardando a integralidade da atenção (primária – promoção da saúde e prevenção do adoecimento; e especializada) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

NOVEMBRO AZUL

Neste ano, o Ministério da Saúde irá trabalhar o tema ‘Homem, da infância à velhice, cuide de sua saúde, de novembro a novembro’. “O objetivo é chamar atenção da população, dos gestores e dos profissionais de saúde para a importância de olhar para a saúde do homem de forma integral, destacando a promoção da saúde e a prevenção”.

“Sem reforçar apenas a questão da próstata, e sim todos os problemas que envolvem a saúde do homem em todas as fases da vida”, afirma o coordenador da saúde do homem Francisco Norberto Moreira da Silva

Neste mês, em especial, serão intensificadas as ações de comunicação no portal e nas redes sociais do Ministério da Saúde, tv e rádio, além da realização e participação da pasta em eventos relacionados ao mês. Também já está no ar, no portal da pasta, página exclusiva voltada à Saúde do Homem.

No dia 14 acontece o IV Fórum Ser Homem: Discutindo Políticas Públicas para a Saúde do Homem, no Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília.

O evento será realizado em parceria com o Instituto Lado a Lado, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Serviço Social do Comércio (SESC) e Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Nos dias 21 e 22 de novembro, a pasta promove o Simpósio Internacional: Saúde do Homem Integral e a Construção e Planejamento de Linha de Cuidado Participativa.

O encontro será realizado no hospital do Paranoá, em Brasília, e contará com a presença de Noel Richardson, representante da Irlanda, primeiro país a implantar a política de saúde do homem.

Também participa o professor da Universidade de Brasília (UnB), Muna Muhammad Odeh, que irá falar sobre o tema: A Construção de uma Linha de Cuidado Participativa e Integral em Doenças Prostáticas: Estudo Piloto na Região Leste.

ATENDIMENTO NO SUS

O atendimento do homem, assim como da população em geral, inicia na Atenção Básica (atendimento primário), pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

A partir da consulta, o profissional de saúde pode encaminhar o paciente para os serviços e centros especializados, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ou Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), no caso da saúde bucal.

Na Atenção Básica a população masculina pode fazer uma série de exames de check-up, buscando a prevenção, como: sangue (hemograma e dosagem dos níveis de colesterol total e frações, triglicerídios, glicemia e insulina); aferição de pressão arterial, teste de glicemia, atualização do cartão de vacina, verificação de peso e cálculo de IMC (índice de massa corporal); e função pulmonar (indicada aos fumantes).

Também integra a lista, pesquisa de antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg); teste de detecção de sífilis; e pesquisa de anticorpos anti-HIV e dos vírus da hepatite C. Esses cuidados de prevenção, devem ser feitos da infância à vida adulta e velhice.

Em 2017, no SUS, foram registrados 533 milhões de atendimentos ambulatoriais; e 4,3 milhões de procedimentos hospitalares em homens.

Ainda no ano passado, no âmbito da estratégia Pré-Natal do Parceiro, foram registradas 3.795 consultas e  31.732 exames de detecção do HIV e sífilis no parceiro ou na gestante.

O Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde mostra que em 2016, 736.842 homens morreram em todo o país. Entre as principais causas de morte estão cânceres (112.272), como de próstata, fígado, pulmonar e de pele; doenças do coração (68.018), como infarto e AVC; agressões (56.409); acidentes (84.139), em especial de transportes (31.565); e doenças cerebrovasculares (51.753); e gripe e pneumonia (41.695).

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