Santos bate o Palmeiras no tempo normal e nos pênaltis e é campeão

Redação PH

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Santos bate o Palmeiras no tempo normal e nos pênaltis e é campeão

Dance, Robinho! Dance funk, sambe, dê seus passinhos ao som do hino do Santos ou da ópera que você regeu na final do Campeonato Paulista. Dance sem remorso e sem a preocupação de que alguém veja maldade em sua alegria. Mesmo substituído minutos antes da decisão por pênaltis, o atacante fez a diferença a favor do Peixe, mais uma vez campeão. As duas vitórias sobre o bravo Palmeiras – 2 a 1 no tempo normal e 4 a 2 nas penalidades – tiveram a marca de quem tem o gosto e o hábito de levantar taças e dar voltas olímpicas.

O Santos começou o ano perdendo jogadores. Um atrás do outro… Dois deles, Arouca e Aranha, para o Palmeiras. Não havia dinheiro para pagá-los. Assim como não há dinheiro que pague a alegria de ser campeão nos pênaltis na Vila Belmiro. Para montar seu elenco, a diretoria recorreu ao amor. Só atletas com um laço mais forte do que o profissional topariam continuar. Casos de Robinho e Renato. Só um apaixonado pelo Alvinegro Praiano, como Ricardo Oliveira, gostaria de voltar nesse cenário nebuloso.

Justamente eles fizeram a diferença na final – que ainda teve Elano, outro de currículo recheado de glórias pelo clube. Reunidos no Peixe 12 anos depois, eles mostraram em campo a diferença de se ter jogadores deste tamanho, experientes, premiados, vitoriosos. No primeiro tempo, enquanto palmeirenses tiraram seus pés nas bolas divididas, num ritmo inferior ao que se deve ter numa decisão, os "velhinhos da Vila" se agigantaram.

O chapéu de Renato em Valdivia mostrou quem mandaria no meio-campo. O passe de Robinho para David Braz tirou dos santistas o primeiro grito de gol da tarde. A classe de Ricardo Oliveira ao ganhar de Vitor Hugo, ajeitar na coxa e fazer o segundo gol deu a impressão de que não havia mais nada a acontecer na Vila Belmiro. Mas havia…

Antes do intervalo, um destemperado Dudu se engalfinhou com Geuvânio, que tentou se desvencilhar. O árbitro Guilherme Cereta de Lima, sem critérios, sem calma, expulsou ambos. Durante o intervalo, o Santos reviveu a gloriosa semifinal do Brasileirão de 1995 e não foi para o vestiário. Mas deu a impressão de ter deixado o campo quando o segundo tempo começou.

O Verdão dominou. Oswaldo de Oliveira não só manteve Valdivia, de atuação pífia na etapa inicial, como também puxou Zé Roberto para o meio-campo. Suas opções se justificaram no belo chute do lateral veterano, defendido com maestria no ângulo por Vladimir, e no lançamento do chileno que terminou em gol do lateral-direito Lucas.

O DNA ofensivo demonstrado pelos finalistas ao longo do Paulistão foi substituído pelo receio de levar um gol fatal. Nem quando Victor Ramos foi expulso, e o Palmeiras ficou com nove, o sangue santista esquentou. Tanto que Gabriel continuou no banco e Robinho saiu minutos antes dos pênaltis. O gol bem anulado de Amaral e a defesa de Fernando Prass, cara a cara com Ricardo Oliveira, foram as últimas emoções do tempo normal.

David Braz, Gustavo Henrique, Victor Ferraz e Lucas Lima converteram com maestria suas cobranças. Vladimir pegou a de Rafael Marques e viu o chute de Jackson explodir no travessão. Os gols de Cleiton Xavier e Leandro Pereira não bastaram ao Palmeiras. E como é o destino… Oswaldo de Oliveira perdeu sua segunda decisão consecutiva nos pênaltis: era ele o comandante do Peixe derrotado pelo Ituano no ano passado.

No outro banco, vibra Marcelo Fernandes, interino-efetivo-parceiro-campeão depois da demissão de Enderson Moreira. Entre todos os seus méritos está o de ter caído no gosto da "boleirada". Em algumas equipes, isso é mais do que necessário.

O funk não tem hora pra acabar. 21 vezes campeão paulista! O Santos é o novo velho campeão!

Torcida do Santosfaz a festa durante finalna Vila Belmiro: público foi de 14.662 pagantes (Foto: Marcos Ribolli)

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