Rondonopolitanos querem melhoria da segurança pública

Redação PH

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Rondonopolitanos querem melhoria da segurança pública

Aumento do efetivo em todas as áreas que compõem a segurança pública na cidade, ampliação do atendimento com criação de Delegacia de Defesa da Mulher, formação da Guarda Mirim, ampliação dos prédios atuais e contratação de um novo IML, atendimento em necropsia nos finais de semana, plantão para confecção do boletim de ocorrência (BO) nos finais de semana em bairros mais distantes do centro.

São algumas das reivindicações feitas por representantes da prefeitura e da Câmara Municipal, além de líderes de bairro e de movimentos sociais, presentes na audiência pública convocada pelo deputado José Carlos do Pátio, realizada na noite de ontem (23) na sede da Unisal (União das Associações de Moradores de Bairros da Região Salmem).

O deputado José Carlos do Pátio (SD) fez uma explanação de números que retratam a violência naquela cidade. Os dados do Diagnóstico de Homicídios no Brasil, publicado em 2015, mostram que Rondonópolis (52,9) ocupa o 3º lugar entre as cidades do Centro-Oeste com a maior taxa de homicídios, atrás apenas de Luziânia, em Goiás (67,8), e Várzea Grande, em MT (84,7). Quando se fala em mortes por arma de fogo, Rondonópolis é líder.

Ainda em 2015, as quatro cidades de Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop, concentram o maior índice de criminalidade, sendo homicídios (47,57%), roubos (74,90%) e furtos (45,57%). Em comparação com 2014, o Estado diminuiu o número de homicídios de 619 para 555, mas, em 2015, aumentou o número de roubos de 9.975 para 11.376 e diminuiu o de furtos de 22.102 para 20.596.

Pátio também chamou a atenção para a necessidade de aumento do efetivo em Rondonópolis e demais cidades do interior. Segundo ele, “há uma concentração de militares e civis na capital, com 57% do efetivo, e uma grande necessidade de enviar efetivo para o interior. Entre as quatro cidades com mais crimes, Cuiabá tem 57% do efetivo, Várzea Grande 7%, Sinop 3% e Rondonópolis, que responde por 15 municípios circunvizinhos, 7%”, assinalou.

O deputado Sebastião Rezende informou que, em visita à Policia Militar, ao IML e mesmo nas ruas, sente que há necessidade de aumento do efetivo, melhora da estrutura e aquisição de novas viaturas. “Queremos polícia nas ruas fazendo abordagens, a presença do batalhão é imprescindível e vamos também apontar soluções; uma delas, é que vamos estudar uma maneira de utilizar emendas parlamentares para melhorar a segurança pública”. O vice-prefeito de Rondonópolis, Rogério Salles, falou que “nos sentimos o patinho feio da segurança pública. Temos o maior terminal de cargas do Estado e, com isso, chegam os problemas de segurança públicos, nos sentimos penalizados pelo governo do estado na questão de segurança pública”.

O secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, concordou com os participantes quanto à conclusão de que a distribuição do efetivo esteja equivocada. Segundo ele, isso ocorre porque, no passado, os editais de distribuição não eram técnicos, e isso está sendo corrigido, não existe dentro da gestão atual. “A distribuição vai levar em conta fatores como o número de habitantes, índices criminais e análises do setor de inteligência. Nós vamos reequilibrar estes números”, assegurou.

O comandante-geral da PM, coronel Gley Alves, falou da experiência de outros países que, mesmo com investimentos em efetivo e equipamentos para as forças de segurança, não obtiveram os resultados esperados. Na opinião dele, “segurança pública não é só polícia. Em vários países se chegou à conclusão de que era preciso mais do que efetivo e armamento. E o caminho envolve saúde, educação, lazer, esportes e políticas públicas de proteção à juventude. Temos que reforçar as nossas bases”, defendeu.

O mesmo pensa a militante do movimento negro pela igualdade racial, Francyslene Fran, para ela “o trabalho de segurança deve ser feito através de políticas públicas de acesso aos jovens a motivações que os impeçam de cair no acesso do narcotráfico”. Ela lembrou que o mapa da violência, citado por Pátio, também revelou que jovens, pretos e pobres, além da gente das periferias, morrem mais. Ela chamou atenção ainda para a necessidade de ampliar delegacias da mulher e humanizar o atendimento a parentes que vão visitar familiares em presídios.

A travesti Adriana, presidente do movimento LGBT de Rondonópolis, lamentou a falta de atendimento de confecção do boletim ocorrência. “Nós somos agredidas, na maioria das vezes no final de semana, e é exatamente neste momento, quando cometem crimes contra nós que não temos para onde recorrer”, disse. A outra militante do movimento, Suzy, disse que “a PM faz o trabalho de ronda, mas depois dos crimes a Policia Civil não faz as investigações, ninguém trata os crimes contra LGBT como crimes”, denunciou.

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