O formato multiuso de um canivete suíço foi escolhido para representar a aplicação multidisciplinar descrita no projeto “Canivete”, criado pela empresa Nutripura e seus parceiros para agregar uma série de serviços e acompanhamentos à atividade pecuária. Dessa forma, os atores da iniciativa, comandados pelo professor doutor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Moacyr Corsi, promovem o ganho potencial de pastagem e, consequentemente, a produtividade do rebanhe e a lucratividade do criador.
“É uma nova rede que vai construindo elos entre nós e outros parceiros de trabalho para poder fortalecer o resultado para o nosso cliente. Dentro deles, o primeiro que tomou destaque foi a intensificação através do grupo do professor Moacyr Corsi. Mas ainda tem a parceria com um grupo de gestão da informação, temos a os conceitos de administração do grupo Terra, temos o time de consultores sobre confinamento, capacitação no Centro de Pesquisa, conservação de alimentos, estamos discutindo sobre gestão ambiental, recursos financeiros, manejo racional, análise de mercado, dentre outros braços”, esclarece o diretor da Nutripura, Luciano Resende.
Durante a programação de dois dias do 8º Simpósio Nutripura, realizado no último fim de semana em Rondonópolis, o professor Moacyr Corsi delineou o funcionamento do “Canivete”. A intensificação da pastagem, setor de sua inteira responsabilidade no experimentos, acontece em uma área piloto da fazenda Fazendinha, de propriedade da Nutripura, onde está instalado o Centro de Pesquisas (em Pedra Preta).
“A Fazendinha tem 241 hectares no total. Temos o ‘pulmão’, usado para testar suplementos, alimentos de maneira diferente. Dois módulos são adubados atualmente e representam 38% da área de pasto (180 ha) e 70% da área adubada. Isso já tem uma característica de avanço muito grande aqui, porque normalmente se começa um projeto com 6% a 10% da área da propriedade. Aqui, já temos 70%, bastante desafiador”, começa a explicar os princípios do experimento.
Os princípios dos projetos baseiam-se em alguns critérios como pastejo rotacionado, manejo de resíduos de pastejo, adubação, suplementação e disponibilidade de água. O período de chuvas é fundamental para explorar o potencial produtivo do pasto e, consequentemente, a lotação do gado para o ganho de peso.
Depois de escolhida a área piloto da fazenda, o segundo passo é dimensionar o investimento que será feito. De acordo com os consultores, os resultados mais significativos aparecem mais para frente. No primeiro ano de execução, o manejo da área piloto é consolidado, assim como a rotina de controle dos dados e o preparo da equipe sobre a tecnologia aplicada, sobretudo na adubação. No segundo ano, acontecem o controle de pragas, os ajustes tecnológicos e de maquinário. No ano seguinte, com o processo já habitual, aumenta-se a escala de realização, com o esquema de confinamento dos animais a pasto.
“Nossa filosofia não é de reformar os pastos. A gente deve explorar o pasto e mostrar as dificuldades que a gente tem com cada espécie forrageira. Vai depender da fertilidade do solo. Usa a mesma qualidade de forragem que está na propriedade e vai mostrando as dificuldades e as estratégias de manejo”, acrescenta Corsi.
“Nossa orientação é fazer numa área pequena, de 10%, porque nela você vai pôr toda a sua responsabilidade para fazer a coisa mais certa possível, tentar atender todas as exigências do manejo. Quando se aprende naquela área pequena, você transforma a propriedade como um todo com a mesma técnica e a mesma disciplina que você empregou na área inicial”, finaliza Corsi. Para aderir ao projeto “Canivete”, o pecuarista interessa deve procurar a sede da empresa Nutripura, em Rondonópolis.
REALIZAÇÃO -O 8º Simpósio é uma realização da empresa Nutripura e conta com o apoio do Sistema FAMATO/SENAR/IMEA, da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), além de diversos patrocinadores.
