Professores ganham 25% menos que profissionais de outras áreas

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Seduc-MT

Professores ganham 25% menos que profissionais de outras áreas

Professores de escolas públicas ganham, em média, 74,8% do que ganham profissionais assalariados de outras áreas.

Cerca de 25% a menos, de acordo com o relatório do 2º Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

Divulgado hoje (7), o relatório mostra que essa porcentagem subiu desde 2002 quando era 65,2%.

Equiparar o rendimento médio bruto mensal dos professores de nível superior com o dos demais profissionais de formação equivalente até 2020 é uma das metas do PNE.

O plano estabelece metas e estratégias para melhorar a educação desde o ensino infantil até a pós-graduação e deve ser integralmente cumprido até 2024.

Até lá, entretanto, estão previstos dispositivos intermediários que viabilizarão a execução da lei.

Apesar de ter havido um crescimento na equiparação salarial, o relatório faz uma ressalva: o salário dos demais profissionais teve perda real de 11,1% entre 2012 e 2017.

Nesse período, os professores tiveram um acréscimo real na renda de 2%, experimentando “modesto avanço”, segundo o texto.

Os salários brutos mais altos constatados em 2017 eram os do Distrito Federal, R$ 6.661,07 e de Roraima, R$ 4.743,04.

Os menores eram os do Ceará, R$ 2.555,37 e Alagoas, R$ 2.754,91.

No ano passado, o piso dos professores era R$ 2.135,64.

Atualmente, o piso é R$ 2.298,80.

Trata-se do mínimo a ser pago para profissionais em início de carreira, com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais.

O relatório mostra ainda que muitos professores não são formados na área que lecionam.

Em 2016, na educação infantil, 53,4% não tinham formação superior adequada à área que atuam.

No ensino fundamental, o percentual chegava a 49,1% nos anos finais, do 6º ao 9º ano e 41% nos anos iniciais, do 1º ao 5º ano.

No ensino médio, 39,6% não tinham formação adequada.

Pelo PNE, até 2024, todos os professores têm que ter a formação adequada a área que lecionam.

Queda no investimento

O investimento público em educação caiu do equivalente a 6% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em 2014 para 5,5% do PIB em 2015 – últimos dados disponíveis.

Considerando apenas os gastos públicos com educação pública, esse investimento foi equivalente a 5% do PIB.

Os dados estão também no relatório divulgado hoje.

A meta estipulada pelo PNE é o investimento anual equivalente a pelo menos 10% do PIB em educação pública a partir de 2024.

O plano estabelece ainda a meta intermediária de investimento de 7% do PIB em 2019.

De acordo com o relatório, para a meta de 2019 ser atingida, será necessário o incremento de aproximadamente R$ 120 bilhões.

Em 2015, a União foi responsável por 28,6% do total das despesas educacionais do país, enquanto os estados e o DF participaram com 31,7% e os municípios, com 37,2% dos gastos.

Os demais 2,5% são provenientes de receitas parafiscais, que não constam no orçamento dos entes.

A maior parte dos gastos é no ensino fundamental (48,9%).

Seguido pelo ensino médio, com 13,8%, educação infantil, com 12,5% e educação profissional, com 4,9%.

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