Procuradora dos EUA promete indiciar mais pessoas e entidades em caso Fifa

Redação PH

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Procuradora dos EUA promete indiciar mais pessoas e entidades em caso Fifa

Os procuradores-gerais de Estados Unidos e Suíça, Loretta Lynch (foto) e Michael Lauber, concederam entrevista coletiva nesta segunda-feira em Zurique e afirmaram que mais está por vir – tanto na investigação americana sobre corrupção na Fifa, quanto na apuração Suíça sobre lavagem de dinheiro e possível compra de votos na escolha de Rússia e Catar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. No dia 27 de maio, sete dirigentes ligados à Fifa foram presos em Zurique, pela Polícia Federal Suíça, a pedido das autoridades americanas. Seis deles ainda aguardam, sob custódia, uma decisão sobre a extradição.

– Não posso falar especifamente sobre nomes para não comprometer a investigação, mas ela segue ativa, e vamos onde as provas nos levam. Iremos indiciar mais pessoas e entidades – disparou Lynch.

Do lado suíço, Lauber confirmou que já foram identificadas 101 transações bancárias suspeitas – conforme o blog Bastidores FC adiantou em agosto – e que já há 11 terabytes de dados para analisar – e por isso a demora na investigação.

– Este caso demorará muito mais do que 90 minutos. Não estamos nem perto do intervalo entre o primeiro e segundo tempo. Estamos procurando meios de acelerar o processo, mas temos muita informação para processar. A cada pista recebida temos de decidir se abrimos uma nova investigação ou se a colocamos junto com outra que já está acontecendo – explica Lauber.

Ambos os procuradores agradeceram mais de uma vez pela cooperação entre Suíça e Estados Unidos, que trabalham com investigações diferentes, e fizeram questão de deixar claro que, apesar de trocarem informações, não formarão uma força-tarefa. A decisão sobre as extradições solicitadas pelos americanos de seis acusados detidos em Zurique, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, deve sair nos próximos dias.

Lynch lembrou que 13 dos 14 atualmente indiciados foram presos – somente o brasileiro José Margulies, ou José Lázaro, que afirmou ao GloboEsporte.com ter "facilitado alguma coisa", não foi detido.

– Nós não podíamos esperar melhor parceria do que a Suíça. Somos separados, mas trabalhamos próximos. Esse problema da corrupção do futebol é global, não é só de um país ou continente.

Há dois procedimentos separados em andamento na Suíça. A Justiça Federal (FOJ, na sigla em inglês) analisa a extradição de seis dos sete dirigentes ligados à Fifa detidos no dia 27 de maio a pedido das autoridades dos Estados Unidos – um deles, Jeffrey Webb, concordou com a extradição simplificada e já responde em solo americano. A decisão de primeira instância pode sair a qualquer momento, embora a promotora Lynch prefira esperar a extradição dos outros acusados para tratar de todos juntos.

Paralelamente, uma investigação sobre lavagem de dinheiro e possível compra de votos para a escolha de Rússia e Catar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente, é conduzida pelo escritório do procurador geral suíço, Michael Lauber.

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