Por medo de microcefalia, aumenta procura por congelamento de óvulos

Redação PH

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Por medo de microcefalia, aumenta procura por congelamento de óvulos

Com o surto de microcefalia em todo o Nordeste, muitas mulheres estão recorrendo ao congelamento de óvulos para não perder a chance de ter um filho. Segundo o médico especialista em reprodução humana Anatole Borges, na clínica em que ele atende houve um aumento de até 30% na procura para congelamento de óvulos.

Segundo o médico, muitas estão com medo de engravidar por causa do zika, doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypt.

“Antes a procura era por mulheres de idade mais avançada que queriam engravidar quando achassem um companheiro ou por outro motivo. Agora as mais jovens estão procurando a clínica por medo da microcefalia já que estão todos em alerta. É um procedimento que não traz nenhum risco se a mulher procurar por especialistas e seguir as recomendações médicas”, explicou.

Em novembro do ano passado, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus da zika e o surto de microcefalia na Região Nordeste.

Em outra clínica especializada em reprodução de Teresina, a médica Joeline Cerqueira conta que as mulheres que já estão em tratamento estão optando por deixar os embriões congelados por mais tempo por causa do surto de microcefalia.

"Não houve um aumento de mulheres querendo congelar os embriões e sim de pacientes, mais jovens, que já estão em tratamento e que estão optando por deixar os embriões congelados por mais tempo. Isso porque com o surto de microcefalia no país, elas estão mais cautelosas e não estão querendo concluir o tratamento agora”, finalizou.

Ôvulos podem ficar congelados por 10 anos

De acordo com Anatole Borges, a mulher pode optar por congelar os óvulos ou o embrião e alerta que depois dos 35 anos, a qualidade e quantidade dos óvulos diminui. Porém, os óvulos podem ficar congelados até por dez anos.

“A mulher pode congelar os óvulos, o que permite que ela fique livre para escolher quem será o pai da criança. Ela também pode congelar o embrião, mas o parceiro já vai ter sido escolhido, não dá para mudar isso. Então, quem quer realizar esses procedimentos é melhor fazer até os 35 anos porque depois disso fica um pouco mais difícil”, declarou.

O médico ainda afirma que não existem programas do governo federal voltado para esse tipo de procedimento para mulheres de baixa renda e que em Teresina existem poucas clínicas que oferecem esses tratamentos.

“Infelizmente não existem programas que ajudem mulheres de baixa renda a fazerem esse tipo de procedimento. Congelar óvulos não é barato e quem quiser se submeter a isso tem que procurar clínicas particulares e pagar caro”, lamentou.

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