Uma grande mobilização de enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes foi realizada pela Polícia Judiciária Civil, no município de Primavera do Leste (231 km ao Sul), para alertar pais e também conscientizar à sociedade sobre a violência infantojuvenil.
As ações iniciaram na terça-feira (15.05) e seguem até esta sexta-feira, 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Criança e Adolescentes. O trabalho inclui palestras, blitz educativa no trânsito com distribuição de panfletos e participações em programas televisivos.
“Infelizmente ainda nos deparamos na delegacia, com certa frequência, com esse tipo de delito, muitas das vezes praticados por aquelas pessoas (padrastos, pais, tios familiares), que seriam as responsáveis por proteger as crianças e garantir seus direitos. Isso dificulta ainda mais a investigação porque são crimes cometidos no ambiente familiar”, comentou o delegado regional, Rafael Fossari.
A campanha tem como foco orientar à população para identificar os casos, que muitas das vezes ocorrem no seio familiar, e denunciar aos órgãos públicos para responsabilização dos autores e resguardar às vítimas.
Conforme a escrivã Meurilin Higino, que atua no cartório de violência sexual da Delegacia de Homicídios e Delitos Gerais, pelo segundo ano consecutivo a campanha é realizada no município, sendo que neste ano foram promovidas mais atividades, com alcance maior de público.
Conforme a policial, cerca de 500 pais de crianças menores de 12 anos marcaram presença nas palestras que foram ministradas em várias escolas do município. “Nosso objetivo era informar aos pais os principais sinais apresentados pelas crianças que sofrem abusos, a prevenção e, em caso de suspeita, onde procurar para denunciar e os procedimentos necessários para ajudar à vítima”, disse.
Participação da Sociedade
A Polícia Civil trabalhava com uma demanda de 200 registros de casos de violência sexual contra criança e adolescente, que foram reduzidos para 60 inquéritos em trâmite no cartório da Delegacia de Homicídios e Delitos Gerais.
“A participação da sociedade é importantíssima no combate aos crimes, principalmente, informando à polícia para que possamos investigar. É uma alerta à população para que se aproxime cada vez mais da polícia. Esse é um crime de difícil apuração, pois muitas vezes os familiares não querem se envolver ou denunciar. É um crime muito perverso que ataca a dignidade das crianças que estão em formação e acaba muitas vezes prejudicando-as pelo resto da vida”, finalizou o delegado Rafael Fossari.
