Papai Noel que tem projeto de inclusão literária ganha caminhonete com biblioteca em MT

Redação PH

Redação PH

procon-mt é contra reajuste de tarifa do transporte urbano

Papai Noel que tem projeto de inclusão literária ganha caminhonete com biblioteca em MT

O Papai Noel Clóvis Matos, que tem um projeto de doação de livros para moradores de comunidades carentes em Mato Grosso ganhou uma caminhonete com uma biblioteca acoplada para levar a sua iniciativa mais longe. O reboque veio com mais de três mil livros. A reportagem foi exibida neste sábado (23) no programa Caldeirão do Huck, do apresentador Luciano Huck.

Clóvis, que também é funcionário público, trabalha seis horas por dia no final do ano em um shopping da capital como Papai Noel, a fim de juntar dinheiro para comprar livros que distribui para crianças e adultos pelo projeto 'Inclusão Literária".

"Eu levo os livros para todas as cidades que eu consigo chegar. Trabalho mais no interior, ando pouco em Cuiabá", contou.

Natural de São Gonçalo do Guaité (MG), Clóvis veio para Mato Grosso para cursar engenharia elétrica, o que fez durante 3 anos, antes de decidir cursar história. "Sempre trabalhei com cultura. Comecei como bolsista e depois dirigi um cineclube, fazia cinema itinerante viajando o estado inteiro", disse.

O projeto de inclusão literária teve início há 12 anos, quando Clóvis trabalhava em uma livraria. Ele explicou que, em 2003, parte do trabalho dele era criar espaços para propiciar vendas de livros. Porém, ele passou a observar que as pessoas não compravam livros porque achavam caros.

"Aí eu pensei: se essas pessoas que têm condições de frequentar um shopping não têm grana para comprar um livro, você imagina as pessoas que moram no interior, na zona rural, no meio do Pantanal?", avaliou.

Então, surgiu a ideia de criar um projeto de facilitação de acesso ao livro. "No começo, eu desmontei a minha biblioteca pessoal. Eu tinha 2.500 livros e gastei o dinheiro [do trabalho] comprando mais livros", contou.

Hoje, Clóvis vive do salário que recebe como servidor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde continua trabalhando no cineclube, mas segundo ele, por opção, porque já poderia ter se aposentado.

Até agora ele usava uma Kombi, adquirida há cinco anos, para levar o projeto adiante durante o ano inteiro. No veículo, cabe cerca de 1,5 mil livros. Ele contou que, desde que o projeto foi criado, já distribui aproximadamente 60 mil livros. A maior parte dos livros, hoje, é fruto de doação.

"Nas comunidades rurais, as pessoas têm desejo por livros. Nas cidades pequenas, elas agradecem imensamente, porque em algumas dessas cidades não tem livraria e nem biblioteca", afirmou.

O sonho de Clóvis era ter uma caminhonete com uma bilbioteca acoplada para multiplicar a sua inciativa. Ele diz que optou por doar livros ao invés de criar uma biblioteca itinerante porque não tem condições financeiras de passar muito tempo nas comunidades que visita.

"A ideia de dar o livro é que ele circule, porque depois de ler a pessoa tem que passar para frente", disse.

+ Acessados

Veja Também