Pais de alunos 'fecharam' a escola estadual 31 de Março, em Canarana, a 838 km de Cuiabá, nesta sexta-feira (9) para cobrar reforma na unidade. Eles alegam que não há condições de crianças estudarem ali por causa de problemas estruturais. Relatório do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) ao qual o G1 teve acesso diz que são necessários reparos o mais rapidamente possível por questões de segurança de estudantes e funcionários.
Ao G1, a Secretaria Estadual de Educação informou que na próxima semana enviará ao local uma equipe responsável pela elaboração do projeto referente à reconstrução da unidade escolar já em 2017 e que, no início deste ano, técnicos do setor de obras da Seducestiveram na escola para verificar as principais necessidades.
A escola tem aproximadamente 700 alunos, é de ensino fundamental, e foi a primeira do município, tendo sido construída há aproximadamente 40 anos. Segundo a direção, o prédio passou por duas reformas, mas que não foram significativas.
Em vistoria feita no dia 6 de setembro, o Crea constatou que parte da estrutura está na iminência de ruir, que há vazamentos em vários lugares e que a fiação elétrica está exposta, o que pode provocar curto-circuito e risco de choques elétricos. Faltam vasos sanitários, há bebedouro improvisado e o prédio não tem sistema de proteção contra incêndio e pânico.
O laudo diz que a escola está com 'deterioração evidente', que a biblioteca está com mofo e ácaros, e que a iluminação das salas não é ideal para os estudos. Uma das quadras está com o piso tão áspero que não é recomendado que os alunos pratiquem esporte nela.
"Alertamos para que sejam sanados os vícios construtivos em breve espaço de tempo, para que não haja ampliação das patologias apresentadas e mais riscos à integridade da edificação e, essencialmente, resguardar a segurança dos frequentadores da unidade", diz o relatório.
Chuvas dos últimos dias alagaram a unidade e provocaram transtornos a estudantes e professores. "Alagou mais a parte de dentro do que a parte de fora. A estrutura é muito antiga e não oferece segurança para os meus filhos. Estou preocupada com a vida deles. Como mãe, eu participo desse protesto para defender o direito dos meus filhos de estudarem em segurança", disse a comerciante Rosa Santos, mãe de dois estudantes de 10 e 15 anos.
A diretora da escola, Valéria Moreira, disse está aguardando vistoria da Defesa Civil do estado para saber se o prédio é seguro. Também disse que pedidos de reforma na 31 de Março têm sido feitos à Seduc desde 2009, mas que desde então nada foi feito.
Maira Pertile, diretora regional do Sintep-MT (Sindicato dos Trabalhadores da Educação) disse que a escola está há muito tempo com problemas na estrutura física e que é preciso que passe por reforma ou até mesmo reconstrução. "Quando chove, chove dentro da sala de aula. E as fiações elétricas estão estragadas também", disse.
Segundo a Seduc, a expectativa é de que os estudantes sejam abrigados nas escolas municipais até a adequação de salas no Parque de Exposições da cidade, onde a comunidade escolar poderá ficar durante as obras.