Pai de homem que atacou o Bataclan tentou tirar filho da Síria

Redação PH

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Pai de homem que atacou o Bataclan tentou tirar filho da Síria

O pai de um dos terroristas suicidas que atacou o Bataclan tentou trazê-lo de volta da Síria para França. Samy Amimour, de 28 anos, que era de Drancy, cidade ao norte de Paris, passou dois anos no país que é um dos redutos do Estado Islâmico. De acordo com o jornal Libération, ele voltou apenas para cometer o atentado contra a casa de shows, que deixou mais de 80 mortos.

Em outubro de 2012, suspeito de ter um projeto mal sucedido de partir para o Yemen, ele ficou sob custódia policial por quatro dias por associação ao terrorismo e foi colocado sob controle judicial, segundo informações da Agência France Presse citadas pelo Libération.

Os agentes dos serviços de segurança forçaram a porta do modesto apartamento de Drancy, na região de Seine-Saint Denis. Os pais de Samy acreditam que a abordagem “traumatizante” diante dos pais motivou a partida para a Síria.

Depois que voltou para casa, ele passou a ver sites islâmicos. Antes de partir, morou sempre com os pais e chegou a trabalhar 15 meses como motorista na Ratp, que organiza o transporte público na região parisiense, antes de pedir demissão em 2012.

Os pais, de origem argelina, se surpreenderam com a radicalização. Ele passou a frequentar a mesquita de Blanc-Mesnil e chegou a pedir para a mãe usar véu, segundo relato de um amigo da família feito ao jornal Libération. Era o pai, que fala muito bem o árabe, quem traduzia para ele as passagens. Vizinhos e amigos o descreveram com uma pessoa gentil e educada.

Sem conhecimento dos pais, ele partiu para Síria em 11 de setembro de 2013. Pouco tempo depois, um mandado de prisão internacional foi emitido.

Em junho de 2014, o pai, Azzédine, foi até a cidade síria de Aleppo. Depois de uma viagem que o obrigou a mudar de carro por sete vezes, ele conseguiu ver o filho em uma tentativa de convencê-lo a voltar. O pai disse que ele não queria voltar porque temia ser preso “assim que colocasse o pé na França”.

A família ainda buscou ajuda do prefeito de Drancy e do imam, mas não conseguiram. O pai chegou a pedir para um alto representante do Estado Islâmico que liberasse o seu filho. “Eu posso liberá-lo. Há uma só condição: que ele peça”, disse ele, segundo o pai.

Em um contato pela internet, os pais descobriram que ele estava casado com uma francesa, que estava grávida. Por isso, perderam a esperança de tê-lo novamente em Drancy.

Ainda assim, o pai começou a preparar uma nova viagem para recuperar o filho. Ele, no entanto, sem avisar a família, voltou para cometer o ataque.

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