Pacientes ficam sem soro antiofídico em unidades de saúde

Redação PH

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Pacientes ficam sem soro antiofídico em unidades de saúde

Unidades de saúde do interior e da capital têm registrado casos de falta de soro antiofídico, o antídoto utilizado em casos de ferimentos causados por cobras peçonhentas, em Mato Grosso. No Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), foram encontradas nesta semana apenas 12 ampolas do medicamento, número suficiente apenas para um paciente em casos graves. O estado alega que o Ministério da Saúde precisa regularizar as remessas do soro para Mato Grosso.

Desde janeiro, 76 pessoas foram picadas por cobras no estado este ano, sendo 25 em Cuiabá. A regularidade com que ocorrem no os ataques de cobras e outros animais peçonhentos no estado, aliada à atual falha no recebimento do soro antiofídico nas unidades de saúde, gera problemas que podem comprometer a saúde de pacientes.

É o caso do filho de Ivonete Conceição, de 11 anos. há mais de dez dias internado no PSMC. Ele foi picado por uma cobra enquanto brincava no quintal da casa da família em Porto Esperidião, município a 258 km da capital. A unidade de saúde no município estava sem soro antiofídico no estoque e a criança teve de ser transferida para Cuiabá, sofrendo o risco de ter de amputar um dedo.

E mesmo no PSMC a situação gera preocupação. Até esta semana a unidade contava com apenas 12 ampolas de soro antiofídico no estoque, número insuficiente para assegurar tratamento à demanda média de 17 a 20 casos por mês (nos primeiros dez dias de junho, nove pacientes apareceram no PSMC feridos por animais peçonhentos).

Dependendo da gravidade do caso, quando o animal peçonhento consegue inocular uma quantidade maior de veneno no organismo da vítima, são necessárias dez ou 12 ampolas de antiofídico para o tratamento para apenas um paciente.

Procurada, a Secretaria de estado de Saúde (SES) explicou que o soro antiofífico é um medicamento distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde às unidades de todo o Brasil, competendo a ele manter os estoques. Em maio o Ministério divulgou problemas contratuais no processo de aquisição do medicamento e, segundo a Vigilância Epidemiológica de Mato Grosso, ainda não há uma definição por parte do governo federal de quando será restabelecida a remessa do soro antiofídico às unidades de saúde.

Enquanto o governo federal não regulariza a compra e a remessa do medicamento, a orientação da Vigilância Epidemiológica é de que a população redobre os cuidados em locais de mata, de modo a evitar a exposição a animais peçonhentos.

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