Não é passando fome que os índios vão preservar sua cultura, diz Medeiros

Não é passando fome que os índios vão preservar sua cultura, diz Medeiros
Assessoria

Não é passando fome que os índios vão preservar sua cultura, diz Medeiros

A convite do deputado federal José Medeiros (Pode-MT), a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participaram nesta quarta-feira (13) do 1º Encontro Nacional de Grupo de Agricultores Indígenas, na Aldeia Matsene Kalore, em Campo Novo do Parecis.

No encontro, os ministros e o deputado afirmaram que é possível mudar a legislação para que os agricultores indígenas possam produzir em larga escala em suas terras.

“É possível produzir para gerar renda ao mesmo tempo em que se preserva a cultura e as tradições indígenas. Isso já vem sendo feito pelos índios da etnia Parecis. Eles se organizaram por meio da Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas e conseguiram tirar da miserabilidade milhares de índios que foram esquecidos pelo estado”, afirmou Medeiros.

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O deputado José Medeiros também voltou a criticar os interesses econômicos e ideológicos de alguns órgãos federais. “Não é passando fome que os índios vão perpetuar a sua cultura. Tem muita gente em Brasília que não está preocupada na preservação da cultura indígena. Querem que os indígenas continuem manietados e sejam usados de pano de fundo para malandro ganhar dinheiro. A realidade é que utilizam discursos safados para receber borbotões de dinheiro. A nova diretoria da Funai em Brasília precisa desinfetar o que ocorre dentro do órgão há anos. Ressalto a posição dos abnegados da Funai de Mato Grosso, que lutaram para viabilizar o projeto de produção dos índios Parecis”, disparou o parlamentar.

Para a ministra Tereza Cristina a vontade dos índios é soberana e o estado precisa respeitar isso. “A lei pode ser mudada. As coisas evoluem, as coisas mudam, a vontade de vocês é soberana. Isso está na normativa da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Os índios têm de decidir o que  querem fazer e o poder público precisa respeitar e apoiar”, frisou a ministra.

O líder indígena Ronaldo Zokezomaiake entregou uma carta de reivindicações às autoridades pedindo uma linha específica de crédito para que possam adquirir insumos e maquinário, além de mudanças na lei que impede a comercialização do que é produzido nas terras da União, entre outras demandas.

A produção agrícola dos indígenas foi autorizada por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta firmando junto ao Ministério Público Federal (MPF) e do Poder Judiciário. Em Mato Grosso, 18 mil hectares de grãos foram plantados pelos índios na safra de 2018/2019. A etnia Parecis planta soja, milho e feijão.

Também participaram do encontro o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, a primeira-dama,Virginia Mendes, o secretário de Assuntos Fundiários, Luiz Antônio Nabhan Garcia, deputados estaduais e representantes da Aprosoja Brasil.

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