Mitsubishi anuncia saída do presidente após fraude em consumo

Redação PH

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Mitsubishi anuncia saída do presidente após fraude em consumo

A montadora japonesa Mitsubishi Motors anunciou nesta quarta-feira (18) a saída do seu presidente, Tetsuro Aikawa, e de seu vice-presidente, Ryugo Nakao, que se tornarão efetivas em 24 de junho, uma consequência do escândalo de manipulação de dados de consumo que afeta o grupo.
A fraude envolve os chamados "kei cars", um caso que afeta cerca de 625 mil automóveis desse tipo vendidos no Japão, informaram as agências internacionais. Nesta quarta, a Suzuki também admitiu irregularidades em seus testes de emissões e consumo, mas negou "manipulação dos dados".
Como foi a fraude
A Mitsubishi manipulou o processo de teste de consumo de combustível de modo que os resultados refletiram dados melhores que os reais de eficiência energética, explicou a companhia.
A manipulação dos testes ocorreu por meio de uma modificação da pressão de ar aplicada aos pneus, o que influenciou os dados sobre o consumo de combustível divulgados às autoridades japonesas sobre 4 modelos de miniveículos (que possuem motores inferiores a 660 centímetros cúbicos) comercializados no Japão.
A manipulação afeta 157 mil unidades dos modelos ek Wagon e ek Space produzidos pela Mitsubishi desde 2013, e outras 468 mil unidades do Dayz e do Dayz Roox, que são produzidos pela Mitsubishi e comercializados pela Nissan.
A Mitsubishi descobriu que os dados eram equivocados após realizar uma pesquisa interna, cujos resultados foram transferidos às autoridades japonesas, anunciou o presidente na entrevista coletiva realizada na sede do Ministério de Transporte, Infraestrutura e Turismo.
O companhia decidiu interomper a produção e a comercialização de todos os modelos citados e pediu "sinceras desculpas" aos consumidores afetados, para os quais a empresa estuda oferecer compensações.
A empresa disse vai revisar os dados sobre consumo energético de outros modelos exportados para outros países, cujos testes variam segundo cada legislação nacional.
Os modelos de minicarros são muito populares no mercado japonês graças ao baixo custo de manutenção, à eficiência no consumo de combustível e seu tamanho reduzido, além de terem incentivos fiscais.
Brasil não é afetado
Quando o escândalo de fraude da Mitsubishi veio à tona, a HPE Automotores do Brasil, representante da Mitsubishi no Brasil, divulgou uma nota esclarecendo que os modelos que apresentaram divergência nos testes nunca foram produzidos nem comercializados no Brasil e são exclusivos do mercado japonês.
"A HPE, representante dos veículos da marca no Brasil, cumpre e sempre cumpriu 100% da regulamentação e das normas exigidas pelos órgãos brasileiros", afirmou a empresa em nota.
"A MMC – Japão, titular da marca, dentro do habitual compromisso com a qualidade e cumpridora de suas obrigações legais, já está tomando todas as medidas para adequar os modelos citados acima à regulamentação japonesa", completou.
Fraudes
A manipulação representa o maior escândalo na Mitsubishi Motors desde que um defeito foi maquiado há cerca de uma década. Em 2000, a Mitsubishi Motors revelou que escondeu registros de segurança e reclamações de clientes.
Quatro anos depois, a empresa admitiu problemas mais amplos que remetiam a décadas antes. Foi o pior escândalo de recall automotivo do Japão na época, informou a agência Reuters.
A empresa é a primeira montadora japonesa a informar má conduta envolvendo testes de economia de combustível, desde a descoberta no ano passado de que a Volkswagen fraudou testes de emissão em veículos a diesel.
Dayz é produzido pela Mitsubishi e vendido pela Nissan no Japão (Foto: Divulgação)

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