Ministro da Saúde visita Salvador para acompanhar teste rápido da zika

Redação PH

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Ministro da Saúde visita Salvador para acompanhar teste rápido da zika

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, visitou Salvador, na manhã desta segunda-feira (13), para conhecer o teste sorológico rápido de identificação do vírus da Zika, que apresenta resultado em 20 minutos. O exame é desenvolvido na Bahia pela Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico (BahiaFarma), em parceria com o Senai-Cimatec, para atender a demanda do Ministério da Saúde, com previsão inicial de produção de 500 mil testes por mês. Durante a visita, Barros falou sobre a intenção do governo federal em utilizar a iniciativa nacionalmente, no Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o ministro, assim que forem finalizados todos os procedimentos, será efetuada compra dos volumes dos testes junto à BahiaFarma, laboratório farmacêutico público ligado ao governo do estado.

O teste já foi registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ainda passará por avaliação de qualidade. “Nós vamos aguardar a negociação de preço, ver o volume que podemos comprar e vamos estabelecer a população em situação de risco que receberá a prioridade. A população de risco será atendida em primeiro lugar", destacou o ministro.

Barros informou que um dos objetivos é atender gestantes, devido aos riscos que a doença leva aos bebês. "Desde já, é importante que tenhámos a capacidade de atender as mulheres em idade fértil e gestantes, por causa dos riscos de má formação congênita e microcefalia relacionados ao vírus. São iniciativas como essa que demonstram a qualidade do nosso corpo científico que desenvolvem tecnologia no Brasil”, destacou.

O vice-governador da Bahia, João Leão, e o secretário estadual da Saúde (Sesab), Fábio Vilas-Boas, acompanharam a visita do ministro. Segundo Vilas-Boas, o processo de autorização do Ministério tem recebido prioridade e algumas etapas legais ainda precisam ser cumpridas para a absorção do teste e incorporação pelo SUS.

“Esse é um processo junto ao Ministério que já dura seis meses. Assim que for aprovado, temos condições de fornecer, de imediato, 100 mil testes rápidos. A nossa capacidade de produção é de até 500 mil unidades do exame, mensalmente, o que atende à demanda nacional. Ainda assim, solicitamos ao Ministério da Saúde recursos na ordem de R$ 7 milhões para investir na produção e ampliar ainda mais a nossa capacidade”, explicou o secretário estadual.

Após acompanhar como está seno feito o teste sorológico rápido de identificação do vírus da Zika, o ministro Barros participou de outro evento na Associação Baiana de Medicina, localizada na Rua Baependi, no bairro de Ondina. No local, manifestantes aproveitaram a presença do ministro para realizar um protesto contra o governo do presidente em exercício Michel Temer.

Teste

O teste de identificação da Zika foi lançado na Bahia no dia 31 de maio. É o primeiro teste rápido nacional para vírus da zika. De acordo com a fundação, esse é o primeiro teste rápido nacional que obteve autorização da Anvisa para ser produzido e comercializado no país.

O exame detecta a doença em qualquer fase, porque faz o diagnóstico por meio dos anticorpos desenvolvidos pela pessoa infectada.

O teste é diferente de outros que usavam a técnica “PCR”, que detecta apenas o vírus em si e demorava semanas para apresentar resultado. “Este teste permite encontrar não o vírus, mas a resposta do organismo ao vírus. O teste anterior precisava ser levado a laboratório. Este aqui é rápido e basta separar o soro do sangue e já temos o resultado em 20 minutos. O diagnóstico é sorológico”, explicou o secretário de Saúde Fábio Vilas Boas, durante o lançamento do teste. Em fevereiro, a Anvisa aprovou um teste sorológico de uma empresa canadense para diagnosticar o vírus da zika no país.

Diagnóstico

Segundo o secretário de Saúde da Bahia, com o teste rápido, é possível ampliar o acesso ao diagnóstico em qualquer posto de saúde do país. "O Ministério da Saúde deverá anunciar o seu protocolo para utilização de testes rápidos, de acordo com a Política Nacional de Saúde. Esse teste será oferecido ao SUS de todo país e distribuído aos postos de saúde, UPAs e laboratórios. A previsão é que, após a ordem de compra do Ministério da Saúde, estejamos entregando [o primeiro lote de testes] em 30 dias", disse Vilas Boas.

O dispositivo para teste rápido é composto por dois itens, que utilizam uma pequena amostra do soro do paciente. O primeiro reage ao anticorpo denominado “IgM” e faz o diagnóstico de infecções recentes, de até duas semanas. Já o segundo reage ao anticorpo “IgG, que identifica infecções há mais tempo.

Se o resultado for negativo, o dispositivo apresentará apenas um indicador vermelho e, se for positivo, aparecem dois indicadores vermelhos.

Laboratório

O teste rápido foi desenvolvido por meio de parceria entre a Bahiafarma e a empresa sul-coreana Genbody. A pesquisa durou dez meses, e o teste já tem registro da Anvisa, que liberou o uso no dia 30 de maio. O diretor da BahiaFarma, Ronaldo Dias, diz que ainda não é possível avaliar o custo de cada um dos testes e o valor de comercialização, porque dependem da quantidade de exames que a BahiaFarma vai produzir.

"O custo desse produto está relacionado a quantidade que vai ser utilizada. O uso é totalmente novo. Não se existia uma ferramenta epidemiológica para inquéritos até o momento. Estamos trabalhando para que tenha o menor custo possível, para ampliar o acesso à população nesse momento”, afirma Dias.

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), nos últimos 12 meses, foram notificados 105 mil casos suspeitos de zika na Bahia. Somente em 2016, até o dia 5 de maio, foram 36.725 casos registrados.

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