Mato Grosso ultrapassa média nacional em níveis de alfabetização

Redação PH

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Mato Grosso ultrapassa média nacional em níveis de alfabetização

Mato Grosso ultrapassou média nacional nos índices de alfabetização dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental, com oito anos – idade em que termina o ciclo de alfabetização nas escolas –, em alguns níveis nos quesitos Leitura e Escrita. Foi o que apontou os resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) de 2014, divulgados no dia 17 de setembro, pelo Ministério da Educação e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Ao todo, foram avaliados 2.456.132 estudantes brasileiros, de 49.791 escolas, tanto da rede pública quanto da rede privada.

A escala de escrita na ANA tem cinco níveis. A avaliação apontou que 65,54% dos alunos se encontram nos níveis 4 (55,66%), com pontuação maior ou igual a 500 pontos e menor que 600 pontos, e 5 (9,88%), maior ou igual a 600 pontos. Em Mato Grosso, 72,43% dos estudantes avaliados se encaixam nos níveis mais altos, sendo 59,12% no nível 4 e 13,31% no nível 5.

Nos níveis 1, 2 e 3 – considerados de aprendizado inadequado – no cenário nacional, estão 34,46% dos alunos, sendo 11,64% no primeiro, 15,03% no nível 2 e 7,79% no nível 3. Isso significa, segundo o Inep, que elas "ainda não escrevem palavras alfabeticamente" e "provavelmente não escrevem o texto ou produzem textos ilegíveis". Em Mato Grosso, esse número representa 27,57% dos estudantes avaliados, sendo 8,61% no nível 1, 13,59% no nível 2 e 5,37% no 3.

No caso da leitura, os níveis vão de 1 a 4. Nos níveis 3 (maior que 525 até 625 pontos) e 4 (maior que 625 pontos), o Brasil apresentou média de 43,83%, sendo 32,96% e 11,2%, respectivamente. No somatório das duas classificações, Mato Grosso configura com 45,31%, sendo 35,25% (nível 3) e 10,06% (nível 4).

De acordo com a ANA, no nível 3 o estudante é capaz de localizar informações explícitas no meio ou ao final de textos mais extensos, identificar onde está o pronome pessoal do caso reto em alguns textos, e fazer a relação entre causa e consequência de textos verbais ou de textos que usam linguagem verbal e não verbal.

Já no nível 4, o mais alto, o estudante já deve ser capaz de reconhecer a relação de tempo em texto verbal e os participantes de um diálogo em uma entrevista ficcional, identificam outras estruturas sintáticas em textos curtos, como o pronome possessivo, o advérbio de lugar e o pronome demonstrativo, entendem o sentido de trechos de contos e o sentido de palavras em meio a texto mais compridos.

A média Brasil, nos níveis 1 e 2 é de 56,17%, sendo que mais de um quinto deles está no primeiro (22,21%) onde, de acordo com o Inep, as crianças são capazes apenas de ler palavras com sílabas canônicas (compostas de uma vogal e uma consoante) e não canônicas. No nível 2 estão 33,96%. Mato Grosso ficou com a média menor no nível 1, com 18,17%, porém um pouco acima no nível 2, com 36,52%.

Já na avaliação de Matemática, aproximadamente um quarto das crianças avaliadas (24,29%) atingiu o nível 1 na escala de alfabetização, e 32,78% delas ficaram no nível 2. Ambos os níveis são considerados inadequados pelo MEC.

No nível 3, onde o aluno provavelmente é capaz de resolver problemas com números maiores de 20 e calcular divisões entre partes iguais, com apoio de imagem, estão 17,78% dos estudantes.

No nível 4, estão 25,15% dos estudantes brasileiros. Nesta fase, eles devem ser capazes de ler as horas e minutos em relógios analógicos, sabem ler alguns elementos de gráficos de barra, fazem operação de subtração com até três algarismos e divisão em partes iguais ou em proporcionalidade, sem auxílio de imagens. Mato Grosso apresentou o seguinte cenário: 21,45% (nível 1), 35,29% (nível 2), 19,56% (nível 3) e 23,70% (nível 4).

Destaques

Na avaliação global, Mato Grosso se destacou com a Escola Estadual Osvaldo Cândido Pereira, do município de Paranatinga (a 340 km de Cuiabá), que apresentou 58,70% dos alunos no nível 4 e 67,39% no nível 5, na escala de Leitura.

Além disso, apesar dos números gerais na escala Matemática não serem favoráveis, o Estado obteve destaque com a Escola Municipal Água Limpa, de Nova Ubiratã (a 475 km de Cuiabá), que desponta com 82,76% dos alunos no nível 4.

Já o município de Itanhangá (a 455 km de Cuiabá) configura na Redes Exemplares. A rede de ensino da região conseguiu baixar de 26,95% para 6,96% o número de alunos que estavam no nível 1, na escala de Leitura, ou seja 19,99% de redução, com relação à avaliação de 2013. Já na escala de Matemática, o município saiu, em 2013, de 23,26% para 7,44%, em 2014, no nível 1, o que representa a diferença de 15,82%.

Para o secretário adjunto de Política Educacional da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Gilberto Fraga de Melo, as melhorias alcançadas tem relação com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), mas também é decorrente do esforço do governo de Mato Grosso em capacitar e apoiar os professores. O PNAIC é um compromisso formal assumido pelos governos federal, estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental.

“O resultado da avaliação indica a necessidade de o país melhorar os índices de alfabetização. Neste aspecto, a Seduc já vem trabalhado com 15 Centros de Formação e Atualização de Professores (Cefapros) no auxílio às escolas na preparação dos professores, garantindo a participação efetiva, com apoio metodológico e vistas ao entendimento das necessidades de aprendizagem dos nossos alunos”, afirma, frisando que além disso, a pasta está elaborando a Política de Formação Continuada para os profissionais, tendo como foco principal o estudante.

Fraga destaca que as perspectivas são de avanço e que o grande desafio é garantir a alfabetização da criança no primeiro ciclo. “Nossa responsabilidade é alfabetizar e fazer com que esses alunos adquiriram todos os conteúdos disciplinares. Caso contrário, disponibilizamos Salas de Superação, para que suplantem as dificuldades e cheguem ao 5º ano sem distorções de aprendizagem ”, finaliza.

O relatório completo pode ser acessado no site do Ministério da Educação: www.mec.gov.br

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