Maternidade é a fase mais sensível da produção de suíno

Rafael Manzutti

Maternidade é a fase mais sensível da produção de suíno

Dentro de uma granja de suínos há diversos setores. Todos são muito importantes e devem funcionar dentro das regras de sanidade. A maternidade está entre estas áreas e demanda muitos cuidados. As gaiolas devem ser individuais com abrigo para proteção dos leitões e é o local onde permanecem até terminar a fase de aleitamento.

A desmama ocorre, normalmente, quando os leitões atingem entre 21 e 28 dias de idade. Em seguida são encaminhados para a creche e as porcas retornam para o setor de reprodução.

É importante destacar que as leitoas vão para a maternidade uma semana antes do parto. É um ambiente onde o controle das condições ambientais é mais complexo que nas demais instalações, já que o projeto deve atender a microambientes específicos para as matrizes e para os leitões, além de protegê-los contra possível esmagamento. Para evitar o esmagamento, normalmente são projetadas gaiolas, com proteções e delimitações de áreas destinadas aos leitões, chamadas escamoteadores, que possibilitam poucos movimentos à fêmea.

O manejo de maternidade está intimamente relacionado ao do parto. Em função disso, preocupações em relação ao parto são fundamentais tendo como objetivo a obtenção de um maior número de leitões nascidos vivos por leitegada e de manter a saúde reprodutiva da fêmea, a fim de garantir a ela uma boa longevidade produtiva dentro do plantel.

Portanto, o manejo do parto passa a ser uma atividade de extrema importância tanto para a fêmea quanto para os seus leitões, no intuito de que ele ocorra em um período adequado, sem ou o mínimo de intervenções e que seja oferecido aos leitões a oportunidade de mamar grande quantidade de colostro imediatamente após o nascimento para garantir a sua sobrevida imediata.

Suinocultura- Rafael Manzutti (68)Rafael Manzutti

A fase da maternidade é a mais sensível porque é onde o leitão nasce e é feito todo o processo de limpeza e secagem dos animais, retirando restos de placenta, principalmente das regiões da boca e da narina, uma vez que podem obstruir as vias respiratórias, levando o animal à morte por asfixia. Para enxugar o leitão, utiliza-se um pano limpo ou uma toalha de papel. Essa medida previne o resfriamento e ativa a circulação do recém-nascido.

Outra providência fundamental é cortar e curar o umbigo. O leitão nasce com baixa resistência a infecções devido a pequena quantidade de anticorpos. O umbigo é uma porta aberta, expondo o animal a contaminações diretas. Por essa razão, o cordão umbilical deve ser cortado logo após o nascimento.

A área de corte fica a cerca de três centímetros da barriga. Em seguida, se faz a desinfecção ou cura do local com uma solução iodada.

Também é preciso cortar ou aparar os dentes, porque eles nascem com oito dentes bastante pontiagudos e desenvolvidos, especialmente os dos cantos e caninos de leite. Esses devem ser cortados bem rente à gengiva; tomando cuidado para não feri-la e nem à boca do leitão.

Suinocultura- Rafael Manzutti (83)Rafael Mazutti

HISTÓRIA – A suinocultura é marcada pela evolução de processos de criação que visam principalmente a produtividade e a redução de custos. Toda cadeia produtiva possui um conjunto de matéria-prima, fornecedores, insumos e ainda máquinas e equipamentos que tem o objetivo de resultar em produtos finais que sejam de qualidade.

A cadeia produtiva para a suinocultura foi desenvolvida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e aponta, pelo menos, cinco etapas importantes. O manejo da produção é uma delas e compreende o completo processo reprodutivo e produtivo do sistema e, por isso, exige maior atenção e dedicação.

O manejo da produção é uma delas e compreende várias fases como nutrição, manejo e ambiente. Outras fases que merecem acompanhamento são maternidade e creche que marca a fase em que o suíno se alimentará de ração. Além dessa, existem outras como a do crescimento e terminação que compreende gestação, descarte de fêmeas e manejo de machos.

Suinocultura- Rafael Manzutti (32)Rafael Manzutti

A produção de suínos no Brasil é caracterizada pela produção que visa criar os suínos de forma confinada, desenvolvendo o ciclo completo, em um único espaço que compreende de 160 a 320 matrizes.

As etapas de produção desde o nascimento do suíno até o abate são desenvolvidas para um sistema de criação do tipo “todos dentro, todos fora”. Neste sistema, os suínos de cada lote ocupam ou desocupam uma sala em um mesmo momento. Esse sistema proporciona que o espaço de produção tenha limpeza e desinfecção ao mesmo tempo.

O material genético é outro ponto importante para o desenvolvimento de suínos. Tem que ser de qualidade, pois a genética é considerada a base tecnológica que sustentará a produção.

É da qualidade genética que provem o desempenho de uma raça ou linhagem, dependendo também de fatores como o ambiente. O sistema genético depende de fatores para que o resultado final seja o suíno que dará a melhor carne e menos problemas para criação, engorda e terminação.

MEDIDAS PARA EVITAR PERDAS NA MATERNIDADE

– Assegurar um local quente (26ºC a 32ºC) e seco para os leitões, evitando o choque térmico e a consequente hipotermia dos recém-nascidos.

– Orientar os leitões em sua primeira mamada, estimulando os menores a consumir o colostro.

– Estimular o consumo de ração para as porcas com grandes leitegadas.

– Acompanhar de perto a parição como forma de garantir a viabilidade dos recém-nascidos (uma parição normal dura em geral 2h 30m).

– Cuidado especial deverá ser dado para as porcas velhas, pois tendem a ter maiores problemas com parições muito longas (acima de 4h).

– Prever uma supervisão intensiva do parto;

– Estimular mamadas regulares e suficientes;

– Cuidado com esmagamentos.

 

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