Justiça israelense condena colonos por queimarem palestino vivo

Redação PH

Redação PH

retórica de trump é xenofóbica, e não populista, afirma obama

Justiça israelense condena colonos por queimarem palestino vivo

Um tribunal de Israel condenou nesta quinta-feira dois jovens israelenses à prisão perpétua e a 21 anos de prisão, respectivamente, por terem queimado vivo um adolescente palestino, fato que foi um dos desencadeantes da guerra de Gaza em 2014.

Os dois israelenses eram menores no momento do ataque, no qual, junto a um terceiro homem, sequestraram Mohammed Abu Khdeir, de 16 anos, em 2 de julho de 2014 em uma rua de Jerusalém e depois o mataram.

O nome dois dois acusados, de famílias ultra-ortodoxas judias, foram mantidos em sigilo uma vez que eram menores de idade no momento do crime.

A mãe de Mohammad Abu Khdeir, Suha, não conseguiu conter as lágrimas e os gritos ao anúncio do veredicto porque um dos acusados não recebeu a pena máxima.

"É da vida de Mohammad que estamos falando. Ele não merecia isso. Não dormimos mais à noite. Como poderemos voltar a ter sono depois disso?", lamentou.

Ela disse recusar os 30.000 shekels (7.600 dólares) que cada um dois acusados foi condenado a pagar à família.

O assassinato contribuiu para a escalada da violência que levou à guerra de Gaza em julho-agosto de 2014, e marcou profundamente a população palestina.

A prisão perpétua é a pena mais pesada que o tribunal poderia impor. Os únicos crimes puníveis com a pena de morte em Israel são crimes de guerra e traição desde a abolição da pena de morte por assassinato em 1954.

O tribunal ainda não se pronunciou sobre a saúde mental de um terceiro acusado, o colono israelense Yosef Haim Ben-David, de 31 anos, que é considerado o cérebro do ataque.

Seus advogados, contudo, asseguram que ele sofre de problemas mentais e que não era responsável por seus atos.

O tribunal sentenciou que ele cometeu o crime, mas ainda deve ser determinado se é mentalmente responsável ou não. Uma audiência está marcada para 11 de fevereiro.

O veredicto pronunciado nesta quinta-feira era particularmente aguardado em meio a uma nova onda de violência entre palestinos e israelenses.

Depois de uma tentativa frustrada no dia anterior contra uma criança, o trio sequestrou Mohammad Abu Khdeir nas primeiras horas de 2 de julho de 2014 em Jerusalém Oriental, parte palestina de Jerusalém ocupada e anexada por Israel.

O adolescente foi espancado, levado de carro a um bosque perto de Jerusalém e molhado com combustível. Ben David, então, ateou fogo enquanto Mohammed Abu Khdeir ainda estava vivo, de acordo com a autópsia.

O trio foi preso alguns dias depois. Ben David havia dito aos investigadores que quis vingar o assassinato, três semanas antes, de três adolescentes israelenses sequestrados na Cisjordânia ocupada.

O assassinato de Mohammad Abu Khdeir provocou violentos protestos. No mesmo momento, multiplicavam-se os lançamentos de foguetes a partir da Faixa de Gaza contra Israel, e os ataques israelenses contra o território governado pelo Hamas, acusado de ser o responsável pelas mortes dos três adolescentes israelenses.

Pouco depois começava a mais devastadora das três guerras em Gaza em seis anos.

No veredicto desta quinta-feira, o tribunal explica a diferença entre as duas penas pelo fato de que o mais jovem dos dois acusados ??não tinha tomado parte ativa na fase final do assassinato de Mohammad Abu Khdeir.

O tribunal também levou em conta os problemas psicológicos que teria sofrido no passado.

+ Acessados

Veja Também