João Gabriel consegue vaga em UTI e será levado para Santa Casa de Rondonópolis

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João Gabriel consegue vaga em UTI e será levado para Santa Casa de Rondonópolis

O recém-nascido João Gabriel Tauffer Silva será transferido na tarde desta segunda-feira (7/5) para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital Santa Casa de Rondonópolis, onde será avaliado por um cardiologista que constatará a necessidade e urgência de se fazer uma cirurgia cardíaca.

Ele estava internado no hospital regional de Água Boa, 741 km de Cuiabá, desde sexta-feira (4/5), onde respirava com ajuda de um balão de oxigênio.

A necessidade de uma UTI foi indicada pelos médicos, mas o hospital não conta com a estrutura e a Central de Regulação do Estado não conseguiu a vaga três dias depois da internação do bebê.

Diante da situação, a família de João entrou em contato com a Defensoria Pública de Mato Grosso, que via defensora Gisele Chimatti Berna, conseguiu liminar da Justiça, na manhã de domingo (6/5), obrigando o Estado a solucionar o problema em 24h.

A liminar foi concedida pela juíza que estava no plantão, Luciene Roos, e será cumprida no início desta tarde, segundo informações da defensora. “Em Rondonópolis o bebê terá condições de ser avaliado por uma equipe médica capacitada. É o que esperamos, porque aqui, até onde sei, o hospital não conta com pediatra em seus quadros. Os médicos aqui fazem milagre com a estrutura que têm.

Em Água Boa a criança sofria risco de ter parada cardíaca, além de outras complicações, e vir a óbito a qualquer momento, já que não tinha estrutura e nem tratamento adequados”, explica.

A defensora, que atua na área criminal, afirma que conversará com os colegas da área cível e mesmo com representantes do Ministério Público no município, para estudarem a possibilidade de entrarem com uma ação civil pública obrigando o Estado a estruturar uma UTI no município.

“Só de Água Boa somos 30 mil habitantes, mas a população de 10 municípios se socorre neste hospital, que não conta com especialidades médicas e estrutura para resolver qualquer caso mais grave. Nós estamos a 741 km de Cuiabá, se for um caso de grande urgência, a pessoa morre, como já vimos em muitos plantões”, afirma.

Gisele lembra que quando o hospital regional de Água Boa foi inaugurado, há mais de 10 anos, ele tinha equipamentos de UTI, mas o Estado não teria conseguido médicos intensivistas para a região e os equipamentos foram recolhidos.

“É uma situação complicada, já teve muita conversa, muita reunião para a implantação dessa estrutura aqui, mas até hoje ela não veio. E vamos correr atrás”, explica.

No pedido de transferência, a defensora assegura a necessidade de o bebê ser levado numa aeronave, com condições de fazer qualquer atendimento médico, caso ele precise, durante o percurso.

A mãe de João Gabriel, Cândida Tauffer, 30 anos, informa que foi comunicada para ficar pronta, que até as 14h desta segunda-feira eles deixariam Água Boa.

Ela conta que são de Canarana e que voltou na pediatra de Água Boa para um retorno de rotina, quando a médica achou estranho o cansaço e o jeito ofegante da criança respirar. No mesmo dia João foi encaminhado para internação e no dia seguinte, fez um ecocardiograma, que diagnosticou a cardiopatia.

“Agora meu filho será atendido e a única coisa que eu quero e vê-lo saudável e sorrindo”. A mãe conta que é servidora pública e o marido é funcionário numa empresa de móveis. Eles têm um filho de 13 anos e afirma que durante o pré-natal da gestação, nenhum problema de saúde foi identificado na criança.

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