Jô desencanta e dá título ao Atlético-MG

Redação PH

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Jô desencanta e dá título ao Atlético-MG

Não sou eu aqui, nessas poucas linhas de raciocínio, que direi do que o Galo é capaz. Victor fez isso um punhado de vezes na Libertadores de 2013. Levir e seus meninos repetiram a dose na campanha vitoriosa da Copa do Brasil em 2014. E Jô seguiu a história de superações neste domingo, ao superar a barreira da Caldense e virar personagem principal de mais um título mineiro, o 43º da história, cheio de polêmica.

A taça tinha cara da Caldense, líder da primeira fase, única invicta do torneio e sem sofrer gols há dois meses. Mas tudo que tem a cara de um, também tem a cara do Atlético. Como se tirasse forças de onde ninguém tiraria. Como se transformasse a descrença em combustível. Como se falasse: "Aqui, e não importa onde, mando eu". E, de fato, manda, mesmo quando as coisas fogem um pouco do controle dos jogadores.

A vitória por 2 a 1 garante o quarto título estadual dos últimos seis anos, mas levanta polêmicas. Thiago Ribeiro abrira o placar para o Atlético, Luiz Eduardo empatara para a Caldense. Só que Jô saiu do banco e quebrou o jejum de mais de um ano sem marcar. O atacante estava em posição irregular, o que tirou todos os adversários do sério. A arbitragem precisou de proteção policial para deixar o Melão, em Varginha. No primeiro tempo, o Galo reclama de um pênalti em cima de Luan, não marcado.

Este é o 43º troféu da história alvinegra, agora seis acima do maior rival. É, ainda, o quinto título de 2013 para cá. O Atlético empilha conquistas sobre conquistas e sobe mais alguns degraus no imaginário do torcedor. As próximas metas são o Internacional, quarta-feira, pela Libertadores, e o início do Brasileirão, daqui uma semana. Não duvidem do Galo. Ou melhor, duvidem. E sejam punidos depois.

À Caldense, o vice-campeonato machuca pela proximidade com o troféu e o erro no lance capital do jogo. Era a chance de tirar o asterisco da conquista de 2002 e mostrar forças mesmo quando Atlético e Cruzeiro estão na disputa. A torcida, porém, reconheceu o esforço de um time que segurou bravamente uma invencibilidade e deu trabalho a todos que passaram por seu caminho. O prêmio vem em formato de vagas. Duas, para a edição deste ano da Série D e para a Copa do Brasil de 2016. Recompensa honrosa para quem mais honrou o Mineiro deste ano.

O jogo

O equilíbrio dos encontros anteriores entre Galo e Veterana marcou os mais de 90 minutos da final deste domingo. A Caldense, sem desistir de nenhuma dividida, chegou mais perto do gol, em cabeçada de Tiago Azulão na trave esquerda (Victor, estático, só torceu para que a bola saísse). O Atlético, valente, também criou das suas. Leonardo Silva e Luan, pelo alto, tiveram oportunidade de marcar, mas erraram a pontaria.

Pontaria é algo que Marcos Rocha tem. Ele, reconhecido Brasil afora pelo arremesso de lateral que mais parece um escanteio, criou o primeiro gol da partida assim. Com as mãos, pôs a bola na cabeça de Lucas Pratto. O argentino desviou e deixou Thiago Ribeiro livre, em cima da linha, para inverter a vantagem. Durou pouco, é verdade. A Caldense foi à forra com Luiz Eduardo, ao aproveitar rebote de Victor e igualar a decisão.

O nervosismo aumentou dos dois lados. Mas o Galo tinha alternativas no banco. Levir chamou Jô, aquele que ficara afastado por indisciplina e era carta fora do baralho tempos atrás. Ele entrou e fez a sua parte, depois de mais de um ano. Quem não fez foi o assistente, ao não enxergar impedimento do atacante na jogada que decretou o título mineiro. A sorte, mais uma vez, estava ao lado do Atlético.

Pior para a Caldense, que acaba o campeonato com só uma derrota e muitas reclamações. O time deixou isso bem claro ao cercar o quinteto de arbitragem ainda no gramado do Melão. Na arquibancada, a torcida entoava o tradicional grito de "vergonha". Depois, com mais calma, os atletas perceberam o tamanho do feito que acabaram de atingir. Se o Atlético ficou com o troféu, a Veterana mostrou espírito esportivo acima e tudo. E provou que dá para encarar o favorito de igual para igual. Caiu de pé. E assim continuará.

Jô saiemocionado para comemorar o gol polêmico da tarde, que decretou otítulo mineiro do Galo (Foto: Douglas Magno)

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