Greve dos caminhoneiros acaba e abastecimento do Brasil volta a se normalizar

André Kasczeszen/Governo do Paraná

Greve dos caminhoneiros acaba e abastecimento do Brasil volta a se normalizar

Após 11 dias de paralisação dos caminhoneiros, o Brasil já está voando e rodando normalmente. A informação foi confirmada pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Sergio Etchegoyen, nesta quinta-feira (31), durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Nesta manhã, não foi registrado nenhum ponto de bloqueio em estradas e postos.

“Iniciamos hoje um País voltando à normalidade, sem que ao longo desse período tivéssemos tido interrupções dramáticas no abastecimento”, reforçou. Etchegoyen também lembrou que todo o processo foi feito sem uso da violência, por meio de acordos. “Diálogo e negociação evitaram que tivéssemos um País mais conflagrado e dividido.”

Segundo o chefe do Estado Maior Conjunto de Forças Armadas, Almirante Ademir Sobrinho, a operação integrada é de tamanho inédito no País. “Nós enfrentamos oposições na liberação de entradas de base de abastecimento de combustíveis, na desobstrução das estradas e portos, onde muitas vezes nós tivemos que usar a força, principalmente nos casos onde as negociações não surtiram efeito. Mas jamais usamos a violência. Evitamos ao máximo o confronto”, garantiu. A escolta de pequenos pontos de concentração se encerram ainda hoje, afirmou Sobrinho.

Fiscalização

As reivindicações que resultaram em decisões do Governo do Brasil já estão sendo implantadas e terão o cumprimento fiscalizado, com previsão de punição para os que desrespeitarem a ordem. Isso garante que o desconto de R$ 0,46 no preço do óleo diesel seja sentido pelos caminhoneiros, com preço base de 21 de maio.

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) estão atentos a qualquer violação dos acordos. As multas, explicou o ministro substituto da Justiça, Claudenir Brito Pereira, podem ultrapassar os R$ 9 milhões, além de suspensão temporária das atividades, intervenção dos estabelecimentos e cassação da licença.

“A partir de amanhã (1º) iremos começar a Rede Nacional de Fiscalização, formada pelo Ministério da Justiça e Cade, pelos Ministérios Públicos e Procons dos estados, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e pela Advocacia-Geral da União (AGU). Tudo para que possamos verificar que o desconto está realmente chegando nas bombas de combustível”, esclareceu Pereira.

O objetivo da fiscalização é atuar preventivamente, e os caminhoneiros devem ajudar o governo denunciando abusos. Desde o início da paralisação, os Procons estaduais já fiscalizaram 1,3 mil postos, autuando 500 deles por aumento abusivo dos preços.

Prisões

Ainda nesta quinta, foi preso temporariamente no Rio Grande do Sul um empresário do setor de transportes por locaute (quando o patrão impede que o empregado trabalhe), e estão sendo realizadas buscas e apreensões em outros locais investigados pela Polícia Federal. Também já foi preso o suspeito da morte de um caminhoneiro em Rondônia, atingido por uma pedra enquanto dirigia

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