Frango, ovo, milho e inflação em abril de 2017

Redação PH

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Frango, ovo, milho e inflação em abril de 2017

Não chega a ser inédita, mas, sem dúvida, é ocorrência rara na vigência do atual padrão monetário brasileiro, o real: em abril o ovo registrou evolução de preço superior à do frango vivo. Ou seja: o frango fechou o primeiro quadrimestre de 2017 com uma cotação média 316,7% superior à registrada em agosto de 1994, enquanto a valorização do ovo, nesse mesmo período, ficou em 372,9% – 56,2 pontos percentuais a mais.

Já o milho completa o quadrimestre com uma evolução de preços inferior à dos dois principais produtos da avicultura. Algo que, em relação ao frango, não ocorria desde dezembro de 2015. Há exatamente um ano, por exemplo, o preço alcançado pelo frango apresentava incremento de pouco mais de 316% (ou seja, tinha o mesmo valor de abril passado) e o do milho 603% – diferença de 287 pontos percentuais a favor do milho. Agora o milho registra variação pouco superior a 296% e o frango de quase 317% – 21 pontos percentuais (6,7%) a favor do frango, ainda que a cotação de abril passado tenha sido a mesma de maio de 2016. Porém, a atual relação ovo x milho parece ser inédita. Ou pelo menos nos últimos 10 anos o ovo jamais alcançou um valor relativo superior ao do milho. A exceção ocorreu agora, em abril passado.

Aplicando ao ovo o exemplo anterior, em maio do ano passado, frente a uma variação de 603% do milho, o ovo apresentava incremento de 276% – 327 pontos percentuais a menos que o de sua principal matéria-prima. Com o excepcional desempenho de abril último, o ovo agora tem pelo menos 76 pontos percentuais a seu favor: frente aos 296,6% do milho, alcançou no mês um preço 372,9% superior ao de agosto de 1994.

O fato inegável, porém, é que os três produtos agora perdem da inflação do real (até hoje superada apenas pelo milho entre março e junho de 2016). Assim, caso acompanhasse o IGP-DI medido pela Fundação Getúlio Vargas, em abril o frango vivo teria sido comercializado por R$3,88/kg; o ovo, por R$124,59/caixa; e o milho, por R$49,53/saca. Mas ficaram a, respectivamente, 64,44%, 73,14% e 61,34% do valor real.

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