Segundo a planilha de credenciamento do Sistema de Gestão Fundiário (Sigef), Mato Grosso tem 155 profissionais da área de agrimensura e cartografia. Enquanto Minas Gerais, cujo território corresponde a apenas 60% da área de Mato Grosso, conta com 760 profissionais credenciados juntos aos Sigef. Esse déficit de agrimensores e cartógrafos será tema de uma reunião entre os profissionais da área no dia 29 de julho, às 14h, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).
Um levantamento feito por um grupo de profissionais aponta que há pelo menos 400 terras públicas aguardando regularização por parte do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) que conta hoje com cinco profissionais para realizar o trabalho. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também tem cinco profissionais para regularizar 546 projetos de assentamentos e atualizar diariamente o Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR).
De acordo com o engenheiro agrimensor, Júlio Cotrim, membro do grupo que está fazendo a mobilização, há uma preocupação constante em relação à ausência de um curso superior para formar engenheiros agrimensores em Mato Grosso. “Em Mato Grosso não há nenhuma instituição de ensino superior que ofereça graduação em Engenharia de Cartografia e Agrimensura. Já em Minas Gerais há cinco instituições que oferecem essa graduação”, pontua Cotrim.
O engenheiro agrimensor acrescenta que a reunião também tem o objetivo de sensibilizar para a criação de uma associação estadual de agrimensores e cartógrafos. A Famato apoia essa mobilização. “Sabemos da necessidade da estruturação da categoria e da importância de uma graduação de engenharia de agrimensura e cartografia, pois diversos problemas fundiários do Estado são ocasionados por erros cartográficos, gerando insegurança jurídica em relação a titularidades das propriedades rurais”, destaca o analista de Assuntos Fundiários da Famato, Lino Amorim.
