Falta de leite especial pode levar 70 bebês à morte em Cuiabá, diz MPE

Redação PH

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Falta de leite especial pode levar 70 bebês à morte em Cuiabá, diz MPE

A falta de um leite em pó especial para 70 bebês cujas mães têm o vírus HIV em Cuiabá pode levar essas crianças à morte. O produto custa em média R$ 45, dura três dias, e deveria deveria estar sendo fornecido pela rede pública de saúde, o que não vem acontecendo. "Não estamos falando de doença, estamos falando de morrer de fome", disse o promotor de Justiça, José Antônio Borges. O governo do estado informou que 1,2 mil latas vão estar disponíveis para as prefeituras a partir de segunda-feira (27).

Uma das mães ouvidas pela reportagem, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que não pode amamentar por causa do risco de transmitir a doença ao filho. "Eles falam que não chegou porque o governo não mandou, o estado não mandou, ninguém mandou. Então é para eu me virar… só que eu não tenho condições e meu filho não pode ficar sem o leite", afirmou.
No Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do município de Cuiabá, as prateleiras onde deveriam estar o leite estão vazias. De acordo com o Ministério Público (MPE), o estado deveria fornecer, por mês, 180 latas às unidades que fazem a distribuição às mães. Mas, desde o ano passado, esse repasse não é regular.

O governo disse que tinha normalizado a situação, mas a denúncia agora é que o problema piorou. O MPE, por meio da Vara Especializada da Criança e da Juventude, já havia entrado com uma ação civil pública coletiva em setembro do ano passado cobrando do estado a compra do leite em pó para atender as crianças de 0 a seis meses. De lá para cá, vários requerimentos individuais também foram feitos, e muitos deles não foram atendidos.

"Houve uma informação nessa ação coletiva – que é pra todas aquelas crianças que têm mães com Aids – que estava resolvido o problema. Eu fui surpreendido por uma matéria da TV Centro América dizendo que falta leite. E, nesse caso, o que acontece é que essas crianças estão passando fome", disse o promotor de Justiça, José Antônio Borges.

Outra mãe, que também pediu para não ter o nome divulgado, cuida de um bebê de um mês que foi abandonado pela mãe, que tem o HIV. "Estamos contando com a ajuda de familiares. Nesse caso, o meu pai tá contribuindo", declarou.

De acordo com a prefeitura de Cuiabá, a responsabilidade do município em fornecer leite em pó é só para crianças de sete meses de idade em diante. De zero a seis meses, o leite deve ser repassado pelo estado. "Esse é o problema. A gente está com déficit de estoque porque não há remessa, não há repasse do estado para o município", disse Bertone Gabriel Moraes da Silva, coordenador do SAE.

"Estamos marcando uma reunião com o secretário estadual de Saúde, o secretário municipal de Saúde, o secretário de Bem Estar Social do estado e do município. Isso porque há uma briga entre eles, dizendo que isso é comida, e não é remédio. Logo, ninguém quer se responsabilizar por isso. Mas, na verdade, nós não estamos falando de doença, estamos falando de morrer de fome. O estado não dar o leite para aquelas crianças que precisam [signififca que] elas vão morrer de inanição", declarou Borges.

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