O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu ao governo da Rússia e ao regime de Bashar al-Assad que contenham a ofensiva em território sírio para possibilitar o início de negociações para uma transição política no país, segundo a France Presse.
"É crucial, obviamente, que tanto Rússia como o regime de (Bashar al) Assad se contenham de realizar operações ofensivas, assim como é nossa responsabilidade que a oposição evite estas operações", disse Kerry à imprensa.
Ele acrescentou que os ataques do governo sírio impediram que as partes em conflito se reunissem para negociações na segunda-feira (1º), data estabelecida para que as forças do regime e a oposição negociassem o marco de uma transição política.
"Mas, por causa da continuidade das operações ofensivas do regime de Assad, a oposição decidiu que era impossível sentar em Genebra e negociar sem o cessar das hostilidades", completou.
As forças do regime de Damasco cercaram os distritos rebeldes em Aleppo, uma das principais frentes do conflito ao norte da Síria. A zona de sul da cidade tem sido cenário de confrontos intensos nos últimos dias.
Os rebeldes tentam quebrar o cerco e cortar a rota de acesso das forças do regime ao restante da província. Atualmente, os rebeldes são apoiados pelo grupo extremista Frente Fateh al-Sham (antes Frente Al-Nosra, que se desvinculou da Al-Qaeda).
Nesta terça, aviação russa bombardeou a região durante toda a noite, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Dezenas de mortes já foram registradas dos dois lados desde o início da ofensiva no domingo (31).
Aleppo está dividida desde 2012 entre os bairros ao oeste, controlados pelo regime, e os do leste, nas mãos dos rebeldes, totalmente cercados pelo exército desde 17 de julho.
Autoridades estimam que 250 mil pessoas estavam sitiadas na cidade na sexta-feira (29). Corredores humanitários foram abertos para que elas pudessem deixar a região, mas a população ainda temia escapar.
Um dia depois da adoção desses corredores, o regime de Damasco retomou seus bombardeios contra os bairros rebeldes do leste da cidade.
Rússia e Estados Unidos lideram os esforços internacionais para que o regime de Assad e a oposição armada se reúnam em uma mesa de negociações.