EUA investigam se Tesla escondeu acidente de investidores, diz jornal

Redação PH

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EUA investigam se Tesla escondeu acidente de investidores, diz jornal

A Tesla está sendo investigada nos Estados Unidos por não ter informado investidores sobre o 1º acidente fatal em um carro com tecnologia autônoma antes da venda de US$ 2 bilhões em ações, afirmou o jornal "Wall Street Journal" nesta segunda-feira (11).
A reportagem diz que a "Securities and Exchange Commission" (SEC), equivalente à Comissão de Valores Imobiliários (CVM) no Brasil, vai avaliar se a Tesla deveria ter reportado o acidente na documentação que preparou para a oferta dos papeis.
O caso aconteceu em 7 de maio deste ano, na Flórida, mas ganhou repercussão mundial há duas semanas, quando a fabricante de carros elétricos divulgou um comunicado em seu site, detalhando o acidente.
Uma fonte do "WSJ" informou que a investigação da SEC ainda está em estágio inicial. Procurado pelo jornal, o órgão não comentou o assunto.
A Tesla disse que não recebeu nenhuma notificação da SEC e que já se pronunciou sobre a suspeita, após reportagem da revista "Fortune", publicada na semana passada.
A montadora alegou que não precisaria ter informado investidores do ocorrido porque nem possuía informações completas sobre o acidente na ocasião.
Passo a passo
O jornal aponta que a Tesla soube do caso dias depois do ocorrido, mas só informou a agência de segurança de transporte dos EUA (NHTSA) no dia 16 de maio.
No dia 18 do mesmo mês, vendeu papeis na bolsa, incluindo 2,8 milhões de ações que pertenciam ao presidente-executivo, Elon Musk.
No relatório que fez parte dos documentos para prepararam a operação, a empresa não mencionou o acidente.
Em comunicado divulgado na última quarta (6), a Tesla disse que teve dificuldades para recuperar remotamente as informações por causa do estado do veículo, e, por isso, precisou enviar um representante até a Flórida.
Assim, só terminou de analisar esses dados no fim de maio, depois da venda de ações.
Apenas no último dia 30 de junho, a Tesla divulgou que o sedã acidentado estava no modo "Autopilot", uma espécie de piloto automático limitado, e que o caso já estava sendo estudado pela NHTSA.
Debate acirrado
A revelação esquentou o debate sobre os carros autônomos.
O Model S pode ser considerado um veículo semiautônomo –ainda não existe no mundo nenhum veículo à venda que dispense completamente o motorista.
Por meio de sensores óticos e de radar, o "Autopilot" controla diversas funções, como mudança de faixa e ajuste da velocidade ao trânsito.
Mas ele tem certos limites, como o de velocidade, e regras, como a de que o motorista mantenha as mãos no volante, para demonstrar que poderá assumir o controle a qualquer momento.
Esse tipo de sistema também é oferecido por outras montadoras, inclusive no Brasil.
Perguntas sem resposta
O Model S colidiu com um reboque que vinha na faixa contrária e fez uma curva à sua frente. O motorista Joshua Brown, único ocupante do carro, morreu na hora.
A Tesla afirmou que os sensores não detectaram a manobra, mas ainda investiga por que isso ocorreu e por que, aparentemente, Brown também não percebeu o caminhão. Também não há confirmação se o acidente poderia ser evitado com ou sem a tecnologia.
A montadora disse que esta foi a primeira morte em mais de 130 milhões de milhas rodadas com o "Autopilot" e que os carros "comuns" apresentam, em média, um acidente fatal a cada 100 milhões de milhas.
Semanas antes do acidente, Brown postou um vídeo no YouTube, dizendo que o "Autopilot" havia evitado uma colisão entre seu Tesla e um caminhão que invadiu a faixa onde ele estava.

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