Estudantes usam trajes da Klu Klux Klan em trote

Redação PH

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Estudantes usam trajes da Klu Klux Klan em trote

Estudantes de Medicina mais uma vez ganham destaque pela forma como recebem os calouros do curso. Alunos do sexto ano da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu se vestiram com roupas semelhantes as do Klu Klux Klan – ou também chamado de kkk – para o trote aos iniciantes.

O Klu Klux Klan é uma organização que surgiu no século 19 e defende a supremacia branca. Os membros do KKK, em sua maioria norte-americanos, se vestiam com as roupas na cor branca. No dia do trote, no entanto, os universitários da Unesp optaram por um traje igual, mas preto.

O trote ocorreu no dia 5 de março, mas as fotos foram divulgadas só agora. As imagens foram publicadas em uma página do Facebook que combate a violência nas universidades, a Rede de Proteção às Vítimas de Violência nas Univerdades, e mostram os calouros ajoelhados e com a cabeça baixa, cercados pelos veteranos do curso.

reprodução/Facebook

"Não é possível tolerar 'brincadeiras' como a de vestir-se à la Klu Klux Klan, acender tochas e colocar calouros ajoelhados para serem batizados (…) a kkk é exemplo de ódio, de eugenia, intolerância e morte. O que pensar de médicos que se predispõ a emular coisas que existiram de pior na história da humanidade?", diz na legenda de uma das fotos da página no Facebook.

Os universitários, no entanto, negam que os trajes remetam à organização Klu Klux Klan. Segundo eles, o tema era "carrasco" e a roupa foi usada "apenas para assustar os calouros".

A Unesp está entre as universidades citadas no relatório final da CPI dos Trotes Universitários da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). A comissão foi criada no fim do ano passado, após uma série de relatos de denúncias de violência e abuso sexual em universidades de São Paulo – começou com relatos de estudantes da USP.

Universitários da Unesp denunciaram uma "escola do sexo". Segundo os relatos à CPI, tratava-se de um lugar para onde as meninas eram levadas e obrigadas a simular sexo oral. Também foram feitas denúncias sobre o consumo de bebida álcoolica.

Sobre o trote do dia 5 de março, a Unesp emitiu nota oficial afirmando que a Faculdade de Medicina de Botucatu "publicará, o mais rapidamente possível, Portaria que instaura Comissão de Apuração Preliminar dos fatos ocorridos". Diz ainda que esta comissão "deverá levantar informações, confrontando sua veracidade, obtendo nomes, datas, horários, fiscalizando a existência de câmeras, fotos e requerendo providências que se façam necessárias e que possam resultar em provas substanciais".

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