Erro em teste de DNA afasta pai e filho por 10 anos

Redação PH

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Erro em teste de DNA afasta pai e filho por 10 anos

Uma moradora de Pelotas, no Sul do Rio Grande do Sul, respira aliviada. Após um erro em um exame de DNA apontar que o homem que ela se relacionava não era o pai do seu filho, um novo teste, feito dez anos depois, confirmou a paternidade. A família prefere não se identificar para contar a história de uma década.

“Pra mim, foi um alívio. Tirou um peso das minhas costas. Eu passei dez anos como errada, como mentirosa e tantas outras coisas”, conta a mulher.

A mãe conta que pai e filho possuem uma boa relação. Em 2003, um teste realizado no laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) deu negativo para a paternidade do homem, também morador de Pelotas. Ele costumava realizar compras em um supermercado da cidade, onde o filho trabalhava como segurança.

O pai, então, notou traços físicos semelhantes ao seu no jovem e desconfiou que ele poderia ser o seu filho. Ao lado da mãe, realizou um novo exame de DNA, desta vez em um laboratório particular, que confirmou a paternidade. Com o resultado positivo, eles entraram na Justiça contra a UFRGS. Na última semana, a universidade foi condenada a pagar R$ 26 mil ao homem.

O jovem lamenta ter passado a infância e parte da juventude sem conhecer o pai e projeta uma convivência diferente se um dia tiver um filho. “Senti bastante falta. O relacionamento de pai eu não sei te dizer qual é. Não sei dizer qual é esse sentimento. Acredito que, quando tiver um filho, eu vou passar isso pra ele”, conta.

A mãe também lastima o fato de passar tantos anos sem poder proporcionar uma convivência familiar completa para o filho. “O resultado veio que 99,9% excluía ele como pai. O que eu ia fazer se aquele era o único pai que eu tinha para apresentar para o meu filho? Uma criança com 10 anos, o que eu ia dizer pra ele? ‘Ó, desculpa filho, a Justiça errou’. Eu não tinha como”, relata a mulher.

O advogado da família diz que, além da ação movida pelo homem, outros dois processos seguem abertos e buscam indenizar mãe e filho. “Essa condenação vem em caráter punitivo, para que esse fato não se repita e compensatório por esse erro praticado”, afirma Fábio Palmeira.

A UFRGS disse que vai se manifestar por meio de nota da Procuradoria Regional Federal, responsável pela defesa da universidade. “Agora é tempo de correr atrás do que ficou pra trás. Não vai conseguir se recuperar tudo, então acho que com o tempo isso vai passando”, finaliza a mãe do jovem.

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