As arritmias cardíacas(alteração no ritmo das batidas do coração) têm ocorrência acentuada entre os idosos. “No idoso é comum o comprometimento do aparelho cardiocirculatório pelas alterações determinadas pelo processo de envelhecimento, podendo inclusive afetar o sistema responsável pela produção e condução do estímulo, determinando modificações do ritmo cardíaco”, ocasionando arritmias como a fibrilação atrial explica o cardiologista arritmologista e eletrofisiologista da Cardioritmo Hebert Salerno.
Nos casos em que o idoso possui fibrilação atrial que é um tipo comum de arritmia cardíaca, no qual o ritmo dos batimentos cardíacos é, em geral, rápido e irregular que faz o átrio vibrar e não fazer o movimento de contração, há um favorecimento da formação de coágulos neste átrio que pode facilitar a ocorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC). “As causas de fibrilação atrial são várias, estão frequentemente associadas ao envelhecimento que determina fibrose atrial, doenças como : hipertensão arterial,diabetes , insuficiência cardíaca, alterações valvulares,comprometimento das artérias coronárias .
No entanto, pessoas com coração normal também podem desenvolver fibrilação atrial, mas em idosos é mais comum e merece especial atenção pelo risco aumentado de ocorrência de AVC, sendo habitualmente necessário para evitá-lo o uso de anticoagulantes para prevenir a formação de trombos , inclusive quando está indicado procedimento para corrigir a arritmia, afirma Hebert.
As arritmias cardíacas nos idosos aumentam a incidência conforme envelhece. “Entre 60 e 70 anos, 4% da população tem fibrilação atrial , entre os 70 e 80 anos sobe para 13% e após os 80 anos sobe para 18 % da população”, comenta o especialista.
Hebert alerta que com o processo natural de envelhecimento há um aumento nas recomendações de procedimentos que envolvem doenças cardiovasculares. E que apesar da tecnologia avançada e novas técnicas menos invasivas, o paciente tem que se conscientizar que precisar visitar seu cardiologista regularmente para identificar o quanto antes doenças hereditárias, congênitas e alterações no ritmo cardíaco. “Quanto antes se descobrir alguma anormalidade, mais rápido pode ser tratado e menores são as complicações. A prevenção ainda é o melhor tratamento”, avisa o médico.