O grupo de empresários de Mato Grosso que participa da Missão Empresarial Internacional Expocruz e Expoalimentaria tem aproveitado para reavaliar seus negócios e traçar novas estratégias a partir do que é apresentado nesses que são dois dos mais importantes eventos de negócios da América Latina.
Na Bolívia, além das visitas técnicas à Expocruz, o grupo cumpriu uma intensa agenda que inclui reuniões na Câmara de Comércio, Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE), Concejo Municipal de Santa Cruz, Consulado de Santa Cruz de La Sierra, e em empresas como a Captura Consulting Be, SLI – Soluciones de Logística Integral e Brand Factory Bo.
O gerente de Inteligência Estratégica do Sebrae MT, André Schelini, que acompanha o grupo, destaca algumas percepções do mercado boliviano, mais especificamente, de Santa Cruz de La Sierra. “A Bolívia compra 90% de tudo que consome e dos 10 milhões de habitantes, 30% moram em Santa Cruz de La Sierra, sendo que 15% da população local é classe média e com uma grande aceitação dos produtos brasileiros. Isso revela um cenário bastante positivo para as empresas mato-grossenses interessadas em exportar para o país vizinho”, constata. Ele destaca ainda que a projeção de crescimento do departamento de Santa Cruz de La Sierra é de 6,2%, enquanto a da Bolívia fica em 5,3%. “Em 2017, foram instalados em Santa Cruz oito hotéis de luxo e a cidade tem 17 universidades. O lugar é um centro de negócios importante para esse corredor de internacionalização. Lá estão instaladas 88 mil empresas, sendo que cerca de duas mil são exportadoras”.
Segundo ele, os bolivianos valorizam muito os produtos brasileiros e os itens de maior interesse são máquinas e equipamentos, alimentos, química orgânica, turismo, fármacos e minerais.
Já no Peru, a Exopoalimentaria é uma plataforma para acessar mercados mais sofisticados e os empresários puderam constatar a crescente valorização dos produtos com certificação e a atenção que se dá às embalagens.
O empresário Rafael Bianchini, da Bianchini Alimentos, destaca exatamente esses aspectos. “Estou aproveitando a feira para avaliar as formas de como desenvolvemos o nosso trabalho com relação a embalagens e certificação, principalmente a ambiental. A gente percebeu que a maioria dos estandes está trabalhando com produtos orgânicos”, relata já fazendo planos para o retorno a Mato Grosso. “Agora é o momento de a gente voltar para o Brasil, buscar essas certificações, organizar a cadeia produtiva e apostar em novos mercados”. Ele destaca o trabalho desenvolvido pelo Sebra MT e o papel da instituição nesse processo de internacionalização.
Jorge Hiromi, da JM Merceraria, cita o conhecimento adquirido na Expocruz e na Expoalimentaria. “A gente viu como se valoriza a cultura local e as muitas oportunidades que temos. Já na feira no Peru, pudemos observar como estão avançados em termos de produtos, especialmente no que diz respeito às embalagens”.
Para a empresária Rosana Pavão, da empresa Comidas Típicas, as duas feiras agregaram bastante conhecimento e revelaram um universo empresarial muito interessante, além de práticas que podem ser adotadas.
