Dólar abre o dia em alta, cotado a R$ 3,43

Redação PH

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crise econômica pode trazer oportunidades de investimento, avalia especialista

Dólar abre o dia em alta, cotado a R$ 3,43

O dólar sobe frente ao real nesta segunda-feira (3), após o Banco Central sinalizar que não vai aumentar suas intervenções no câmbio mesmo após a moeda norte-americana saltar às máximas em 12 anos, uma pressão cada vez maior sobre a inflação.

Às 11h19, o dólar avançava 0,31%, a R$ 3,4356 na venda.

Na máxima da sessão, a divisa atingiu R$ 3,4618, maior patamar intradia desde 20 de março de 2003, quando foi a R$ 3,4920. Só em julho, o dólar subiu pouco mais de 10% sobre o real, acumulando valorização de quase 30% no ano.

Investidores também adotavam estratégias mais defensivas diante das incertezas locais, depois de abertura de nova fase da Operação Lava Jato com a prisão do ex-ministro José Dirceu e com o fim do recesso parlamentar.

"O BC deixou claro que não vale a pena brigar contra a alta do dólar", disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.

A autoridade monetária fará nesta sessão o primeiro leilão de rolagem dos swaps cambiais –equivalentes à venda futura de dólares– que vencem em setembro, correspondentes a 10,027 bilhões de dólares, com oferta de até 6 mil contratos.

Se mantiver esse ritmo e realizar leilões até o penúltimo pregão do mês, como tem feito, o BC rolará 60% do lote total, fatia aproximadamente igual à rolagem dos contratos para agosto.

Alguns operadores acreditavam que o BC poderia aumentar o ritmo da rolagem diante da escalada do dólar, que tende a pressionar a inflação ao encarecer importados.

Nesta manhã, o cenário político também pesou com a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pela 17ª etapa da Operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção no país.

"A prisão (de Dirceu) pode reverberar no Planalto e aumenta ainda mais a sensação de incerteza aqui", disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

Operadores ressaltavam que o término do recesso parlamentar no Brasil deve alçar de volta ao centro das atenções os atritos entre o Legislativo e Executivo na aprovação de medidas que integram os esforços do governo para resgatar a credibilidade da política fiscal do país, motivando cautela nas mesas de operação.

O mercado de câmbio brasileiro também tem sido pressionado pelo cenário externo, com apreensão sobre a desaceleração da economia chinesa diante do tombo das bolsas do país, pela perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos, que podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no mercado local.

Última sessão

O dólar fechou em alta na sexta-feira (31), pressionado por preocupações com a situação fiscal e as turbulências políticas no Brasil e pelas incertezas sobre a intervenção do Banco Central no câmbio. O mercado repercute ainda o déficit primário de R$ 9,32 bilhões no setor público, pior da história para junho.

A moeda norte-americana voltou a atingir o maior valor desde 2003 e subiu 1,59%, a R$ 3,4247 na venda.

Foi a maior cotação de fechamento desde 20 de março de 2003, quando encerrou a R$ 3,478.

Também em março de 2003 havia sido a última vez que o dólar tinha ido acima do patamar de R$ 3,40, segundo informações da Reuters.

Na semana passada, o dólar subiu 2,32%, e no mês de julho, 10,16%. Foi a maior alta mensal desde março, mês em que a moeda subiu 11,46% – de acordo com dados da Economatica considerando a Ptax – taxa calculada diariamente pelo BC que aponta a média do preço do dólar em real. No ano, o dólar já acumula alta de 28,81%.

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