O delegado Cristiomário Medeiros, que transferiu a pé 18 presidiários, que ocupavam celas do Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança), em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, afirma não ter se arrependido de sua atitude. Devido à medida, ele foi punido com uma transferência e passou a trabalhar na cidade de Alto Paraíso (GO).
— Não posso dizer que me arrependo. A transferência foi bem-sucedida e não houve danos. Foi a maneira mais rápida que eu tinha para remover os presos.
Os presidiários saíram às ruas a pé em direção à Cadeia Pública da cidade. Eles caminharam cerca de 2 km escoltados por policiais. O encaminhamento dos detentos precisava ser realizado em um único dia, já que as celas do local estão danificadas e sem condições de abrigar os presos. Uma investigação interna chegou a ser aberta para apurar o caso.
Com a transferência, Medeiros diz que tem sofrido com a distância da família, já que precisa passar os dias de semana em Alto Paraíso.
— Tenho mulher e quatro filhos. Na verdade, gostaria de voltar para Planaltina. Mas estou cumprindo a decisão.
Na opinião dos delegados hierarquicamente superiores a Cristiomário, a imagem da Polícia Civil foi atingida pela grande repercussão que o caso teve no Estado e não restaria outra resposta à sociedade que não a sua remoção do posto.
No último dia 13, um grupo de moradores de Planaltina de Goiás fez um protesto contra a transferência do delegado para a cidade de Alto Paraíso (GO). Os moradores, indignados, chegaram a contratar um advogado para o delegado para impedir que ele deixasse o Ciops da cidade.
