Delação premiada de executivos da empreiteira Odebrecht indicam que o pagamento de caixa 2 foi utilizado nas campanhas de Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo do estado de São Paulo em 2010 e 2014. A informação é do jornal Folha de S. Paulo que, em reportagem publicada nesta sexta-feira (8), mostra que duas pessoas próximas ao tucano seriam as intermediárias das negociações dos repasses.
De acordo com o periódico, Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama Lu Alckmin, recebeu R$ 2milhões em dinheiro vivo em negociação concretizada em seu escritório, localizado na cidade de São Paulo. O montante seria referente à corrida eleitoral de 2010. Já Marcos Monteiro, atual secretário de Planejamento do Estado de São Paulo, seria o operador do caixa 2 da mais recente campanha de Alckmin, em 2014.
Segundo apuração da Folha, o Tribunal Superior Eleitoral não registra qualquer doação da Odebrecht às campanhas de Geraldo Alckmin de 2010 e 2014. O governador paulista também não teria discutido pessoalmente o assunto com executivos da empreiteira.
Um dos nomes que teriam delatado o repasse às campanhas do governador do PSDB seria Carlos Armando Paschoal, ex-diretor da Odebrecht que já havia relatado um repasse de cerca de R$ 23 milhões à campanha de outro político do PSDB, José Serra. À época, o atual ministro das Relações Exteriores era candidato à presidência da República.