CST debate alternativa para melhorar segurança na fronteira

Redação PH

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CST debate alternativa para melhorar segurança na fronteira

A Câmara Setorial Temática (CST) que trata da instação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres teve a segunda reunião de trabalho na manhã de hoje (18), na Assembleia Legislativa. Na ocasião, os componentes apontaram os principais problemas na região oeste do estado e, ainda, apresentaram propostas para o aumento da segurança no local. A iniciativa de criação do grupo de trabalho é do deputado Dr. Leonardo (PSD), que busca alternativas para combater o narcotráfico na fronteira entre Brasil e Bolívia e melhorar a infraestrutura do policiamento no local.

De imediato, o relator da CST – que representa a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)- , Daniel Almeida de Macedo, apresentou um panorama sobre a realidade atual da fronteira, explicando também sobre os crimes sociais com o governo boliviano. “São ameaças diárias e as pessoas acabam vulneráveis ao problema”, justificou Macedo.

Macedo destacou quatro pontos que serão debatidos no período de atuação da CST: o primeiro, direcionado ao melhoramento da logística e da estrutura; os assentamentos sem estrutura, que deixa a maioria das famílias vulnerável ao narcotráfico.

Outro ponto abordado pelo representante da Abin trata do efetivo e aparelhamento do Grupo Especial de Fronteira (Gefron). E, por último, a necessidade de investimento em agricultura familiar atrelada à educação. “Tudo isso passa pela conjuntura da segurança pública. Precisamos agir com rapidez e reavaliar as políticas públicas para essa região”, apontou Macedo.

No campo das estratégias de aproveitamento das potencialidades da fronteira em Mato Grosso, a ZPE se trata do mais arrojado projeto de desenvolvimento da atualidade. No entanto, a falta de segurança pública nos últimos anos vem preocupando a população e governo estadual.

“Entendo que a integração das Forças Armadas em Cáceres será importante, e neste momento, precisamos do apoio e incentivo de todos os órgãos públicos identificando os pontos fracos colocando segurança”, disse o procurador do Ministério Público Federal, Felipe Mascarelli.

Na opinião do secretário adjunto estadual de inteligência, major Ferronato, a crescente preocupação com as zonas de fronteira no Brasil impulsionou a elaboração de uma agenda de segurança e defesa que visa a gestão territorial desses espaços. “Em primeiro lugar, acredito que temos que diagnosticar o que vamos precisar, para depois formatar propostas para a elaboração do documento final”, afirmou ele.

Criado no dia 13 de março de 2002, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) combate a criminalidade nas fronteiras brasileiras, integrando as forças estaduais de segurança pública. Porém, o tenente-coronel Assis admite que a extensa faixa de terra na divisa com a Bolívia necessita de um efetivo maior com tecnologia avançada.

“Precisamos de uma base mais aparelhada com aeronave, por exemplo, pois a questão tecnológica não existe. Há lugares onde temos muita dificuldade de chegar com rapidez no combate ao crime”, apontou o major.

Também foi discutido a possibilidade de um novo estudo da elaboração de uma mapa da rota da droga. “Além da droga, agora há a ameaça do tráfico de armas com rotas utilizadas pelos criminosos, já elencadas pelo Ministério da Justiça”, explanou a representante do Gabinete de Articulação e Desenvolvimento Regional, Keile Pereira.

“O governo precisa intensificar o combate às pistas clandestinas que estão aumentando na região. A Câmara Setorial pode ser o momento oportuno para conseguirmos reforçar a segurança na fronteira”, falou Keile.

Para o representante da Famato, André Avelar, a abordagem analítica da fronteira Brasil e Bolívia, em Mato Grosso, deve ser realizada de forma multidimensional, correlacionando os problemas de segurança na fronteira às condições socioeconômicas do lugar.

“Esses problemas afetam diretamente a classe empresarial da região, pois o cenário necessita de mudanças. Para a classe agropecuária os assentamentos são os maiores incentivadores do crime do tráfico, onde o Incra instala famílias sem quaisquer condições de viver. Depois, essas pessoas procuram saídas com o crime do tráfico de drogas”, apontou ele.

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