Crianças que aguardavam UTI conseguem atendimento após intervenção da Defensoria em MT

Josiane Pettengill/Secom-MT/Ilustrativa

Crianças que aguardavam UTI conseguem atendimento após intervenção da Defensoria em MT

O bebê Eduardo Ribeiro dos Santos, um ano e seis meses, passou por um procedimento cirúrgico para retirada de água do pulmão, recebeu transfusão de sangue e iniciou tratamento com antibióticos, para reverter o quadro de pneumonia, desde que foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Jardim Cuiabá, na noite de domingo (18/3). A família afirma que ele já apresenta melhora.

Ele foi transferido do hospital municipal Laura Vicunha, em Nobres, 125 km de Cuiabá, após a Defensoria Pública de Mato Grosso conseguir bloqueio de valores do Estado, via Justiça, para que a criança recebesse atendimento na rede privada. Eduardo aguardava vaga em UTI pública desde o dia 14/3, sem previsão de conseguir administrativamente.

“A família nos procurou com a informação de que o médico já havia desenganado a criança, caso ela permanecesse internada no hospital de Nobres, onde o quadro de saúde dela piorava a cada dia. Conseguir essa vaga foi um milagre, associado à boa vontade e sensibilidade da juíza plantonista, Ana Helena Ronkoski, e ao esforço dos servidores que atuaram para que conseguíssemos viabilizar o atendimento”, explica a defensora pública plantonista, Giovanna dos Santos.

O pai de Eduardo, Ademir Benedito dos Santos, 44 anos, afirma que entrou em desespero quando o médico, depois de alguns dias de internação da criança o chamou e disse que, se não o transferissem, ele morreria. “Primeiro agradeço a Deus por ter conseguido essa vaga, depois, à Defensoria, porque o médico me falou ‘seu filho não está melhorando e se continuar aqui, vai morrer’. Isso me desesperou e me fez procurar ajuda jurídica”, conta.

Santos informa que uma semana antes de ser internado, Eduardo foi diagnosticado com virose por estar com diarreia, vômito e muita tosse. Ele teria sido medicado no Posto de Saúde e voltado para casa. Mas, na semana seguinte, piorou. “Ele é uma criança brincalhona, ativa e ficou triste, sem forças, então levei no hospital. Lá, ele começou a tomar antibiótico, mas só inchava, não comia, até que o médico nos assustou com essa avaliação”.

Passo seguinte – A Defensoria Pública conseguiu bloqueio de valores para três dias de UTI, mas o hospital Jardim Cuiabá já informou à família que a criança precisará concluir o tratamento de sete dias. “Já estamos atrás de orçamento para que ele tenha a recuperação da saúde de forma completa. A partir de agora, quem atua no caso é a defensora de Nobres, Elisa Viana, que trabalha para garantir esse atendimento” afirmou Giovanna.

A defensora avalia que, nesse tipo de atendimento, a sensibilidade e a dedicação das autoridades envolvidas no processo são atributos decisivos para a preservação de uma vida.

“Como estávamos num município vizinho à Capital, pedi ao servidor que atua como assessor para ir até Cuiabá, buscar orçamentos de hospitais privados, pessoalmente, porque conseguir essa informação é muito difícil. Precisamos de três orçamentos, no mínimo, para que a Justiça decida. E neste caso, especificamente, conseguimos só um e a juíza entendeu a gravidade do caso e optou em solicitar que um oficial de Justiça verificasse a gravidade do caso, numa visita ao hospital. Assim, tiveram elementos para determinar o bloqueio”, informa Giovanna.

Água Boa – Laryssa da Silva, um ano e um mês, foi transferida para a UTI do Hospital Regional de Rondonópolis, na manhã desta segunda-feira (18/3). Ela aguardava uma vaga em UTI desde quinta-feira (14/3), quando deu entrada no Hospital Regional de Água Boa, 741 km de Cuiabá, após ingerir soda cáustica e sofrer queimaduras internas e externas.

O defensor público Wendel Renato Cruz também conseguiu liminar na Justiça para que ela recebesse atendimento na noite de sexta-feira (15/3), mas, diante do não cumprimento da decisão pelo Estado até a tarde de domingo, o defensor plantonista, Rodrigo Machado Fonseca, pediu o bloqueio de valores para que ela fosse para a rede privada. O juiz do caso, no entanto, decidiu ouvir antes o Estado.

Nesse intervalo, a vaga em Rondonópolis foi aberta. A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde informou que Laryssa deu entrada na UTI de Rondonópolis às 13h10, conforme boletim do sistema de regulação.

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