A descoberta de irregularidades em frigoríficos brasileiros divulgada após a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, acendeu a luz de alerta de países que importam o produto do Brasil.

Foi o caso da Coreia do Sul, que anunciou na segunda-feira (20) que deixaria de importar carne de frango do Brasil.

Mas, após negociação com o Ministério da Agricultura, que garantiu que o Brasil nunca enviou carne estragada ao país, as autoridades sul-coreanas deciram manter a compra do produto brasileiro na manhã desta terça-feira (21).

Por enquanto, China, União Europeia e Chile continuam decididos a manter as restrições aos frigoríficos do Brasil.

A licença de exportação dos 21 frigoríficos que estão sob investigação na Operação Carne Fraca foram suspensas pelo Ministério da Agricultura. Mesmo assim, as empresas podem manter seu comércio no mercado interno.

Deflagrada na última sexta-feira (17) pela Polícia Federal, a operação investiga o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.

Segundo a PF, os frigoríficos envolvidos no esquema criminoso "maquiava carnes vencidas com ácido ascórbico e as reembalavam para conseguir vendê-las. A carne imprópria para consumo era destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação.

Alguns dos principais grupos do setor no país estão na mira da operação, como o BRF, que detém as marcas Sadia e Perdigão, e o JBS, que opera com Seara, Swift, Friboi e Vigor.

Preocupado com o impacto negativo da Operação Carne Fraca, o presidente Michel Temer anunciou um força-tarefa para fiscalizar os frigoríficos envolvidos.

Segundo o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, seis dos 21 frigoríficos investigados pela Carne Fraca exportaram produtos nos últimos 60 dias.