Com pênalti polêmico, Vasco bate o Flamengo e pega o Botafogo

Redação PH

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Com pênalti polêmico, Vasco bate o Flamengo e pega o Botafogo

Rodrigo Nunes de Sá nem precisava estar de camisa e meião cor caneta marca texto para chamar a atenção no Maracanã. Árbitro da partida decisiva entre Flamengo e Vasco, neste domingo, pela semifinal do Carioca, atraiu tantos olhares quanto o rubro-negro Alecsandro ou o vascaíno Gilberto. Muito por culpa de João Batista de Arruda. Uma semana antes, no jogo de ida, ele teve sua arbitragem muito questionada por conta da questão disciplinar.

Rodrigo entrou em campo com semblante tranquilo, acompanhado dos auxiliares Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Rodrigo Pereira Joia. O Rodrigo do apito foi alvo de queixas dos torcedores dos dois lados, mas os rubro-negros reclamaram mais, principalmente no segundo tempo, quando um pênalti polêmico de Wallace sobre Gilberto foi marcado, aos 15. O lance definiu a vitória do Cruz-Maltino por 1 a 0 e garantiu a passagem da equipe para a final contra o Botafogo. Na sequência, um erro. Na comemoração do gol, o atacante Gilberto, que já tinha amarelo, foi festejar com a torcida e subiu as escadas. Deveria ter sido expulso, mas não foi.
Primeiro tempo ok

Qualquer marcação do juiz merecia palavrões em série. Pobre da mãe dele, “homenageada” sem dó. No geral, foi uma atuação firme na primeira etapa, segura e sem grandes erros, com exceção de algumas inversões de falta.

O árbitro tentou mostrar comando desde o início da partida. O cartão amarelo para o lateral-direito Pará, do Flamengo, saiu aos nove minutos e serviu como aviso. Antes que os vascaínos chegassem para reclamar, já havia sido aplicado.

– A entrada do Pará foi forte, talvez em outras circunstâncias passasse, mas diante do que aconteceu, ele quer mostrar que está com o comando do jogo – avaliou Renato Marsiglia, comentarista de arbitragem da TV Globo.

Com a vantagem do empate era do Flamengo, o árbitro também deu um recado ao goleiro rubro-negro Paulo Victor. A demora para cobrar tiros de meta não seria tolerada. As reclamações não ficaram restritas aos torcedores. Pará, Alecsandro, Márcio Araújo e Vanderlei Luxemburgo chiaram muito. Do lado do Vasco, Guiñazu e Marcinho trataram de pressionar Rodrigo Nunes de Sá:

– Foi a terceira, foi a terceira! – alertou Marcinho, ao reclamar da recorrência de faltas sobre ele.

O árbitro também falou grosso. Quando Luiz Antonio cometeu uma falta no campo de ataque, chegou perto e enquadrou o camisa 15. Da área técnica, Luxemburgo não gostou da atitude. Veio o tempo técnico, aos 20 minutos, e a arbitragem se reuniu assim como os dois times. Havia pouco a debater naquele momento. O rápido encontro não passou de cinco minutos.

A pausa esquentou o clima no gramado do Maracanã. E os vascaínos foram punidos com amarelo três vezes seguidas. Todas as marcações corretas. Aos 24, Gilberto entrou forte em Anderson Pico. Aos 29, Guiñazu fez falta por trás em Everton. Riu, questionou, mas não escapou da advertência.

– Houve a falta, mas eu não daria cartão. Existe o toque, mas não precisava cartão – analisou Marsiglia.

Aos 31, Christiano acertou as costas de Pico em jogada pelo alto e também foi amarelado. Lance no estilo kung fu que lembrou o chute de Jonas no rosto de Gilberto no jogo da semana passada.

Entrou ou não entrou? E foi pênalti?

O jogo que já prometia tensão na volta do intervalo ainda ganhou polêmica. Aos sete minutos, a discussão começou. Entrou ou não entrou? Após falta cobrada para a área do Flamengo, Rodrigo cabeceou, e Paulo Victor faz a defesa de forma estabanada. Ele caiu em cima da bola e ficou a dúvida se ela cruzou ou não a linha. Rodrigo Nunes de Sá logo sumiu entre os vascaínos desesperados, mas manteve a tranquilidade e indicou a marcação seguinte.

Mas polêmica chama polêmica. Aos 15, em rápido contra-ataque do Vasco, Rodrigo Nunes de Sá se complicou. O volante Serginho invadiu a área em velocidade, e Wallace chegou para dividir. O volante caiu, e o árbitro marcou a penalidade, sem nem pensar duas vezes. Dedo apontado para a marca da cal, vascaínos em festa, e rubro-negros enlouquecidos. O zagueiro Bressan foi o primeiro a levar amarelo por reclamação.

– Exagero, um erro. Eu não marcaria a penalidade – disse o comentarista Renato Marsiglia sobre o lance polêmico.
Gilberto foi, bateu, fez 1 a 0 no placar e partiu na direção da torcida do Vasco para comemorar. Subiu as escadas que levam às cadeiras e foi abraçado pelos torcedores. Imediatamente, os jogadores do Flamengo pediram o segundo cartão para o atacante, que havia recebido o primeiro na etapa inicial. Rodrigo Nunes de Sá não deu, mas os jogadores que festejam dessa forma costumam ser punidos. Um erro.

Pouco antes da parada técnica, mais um amarelado no Flamengo. O capitão Wallace, muito irritado com a arbitragem, chutou a bola e também foi punido. Vanderlei Luxemburgo aproveitou a passagem do árbitro por sua área técnica e disparou.

– Não foi pênalti, não foi pênalti.

O número de cartões aumentou no segundo tempo. Passou de quatro para 10 (quatro para o Flamengo e seis do Vasco). Número idêntico ao do jogo da semana passada, sendo seis para o Flamengo e quatro para o Vasco. Depois do lance crucial do jogo, Rodrigo Nunes de Sá até ficou mais discreto, mas o assunto vai render. Uma coisa é certa: vai ter polêmica.

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