Com coragem, garotas lutam para conquistar espaço na Campus Party

Redação PH

Redação PH

robô gigante estilo ‘avatar’ dá primeiros passos na coreia do sul

Com coragem, garotas lutam para conquistar espaço na Campus Party

Há presença feminina em todos os workshops, palestras e estandes da Campus Party. São muitas as mulheres até mesmo dentre os visitantes que escolheram acampar dentro do evento. "Não estou aqui para acompanhar meu namorado nem nada assim. Vim porque me interesso por tecnologia, por tudo isso, e sou parte desse mundo", garante a desenvolvedora de sistemas Larissa Felizberto, 26.

Em sua quarta edição do evento, Larissa programa entre um grupo de amigos enquanto espera pelas próximas palestras do dia. "Gosto de vir para a Campus Party para ganhar conteúdo, para me atualizar", explica.

"A área de tecnologia ainda é dominada por uma maioria de homens, mas cada vez mais temos mais mulheres entrando no meio", diz Larissa. Mesmo assim, a desenvolvedora precisou se acostumar a fazer parte de uma minoria feminina em seu ramo – mas não se incomoda com a quantidade de homens, e garante que tem seu próprio espaço.

Criadora do projeto Meninas Também Jogam, a potiguar Tainá Medeiros, 27, concorda que as mulheres estão conseguindo mais espaço – mas que ainda falta muito para que elas estejam em pé de igualdade com os homens no campo da tecnologia.

"Ainda existe muito bullying, na formação e até mesmo no meio profissional", afirma. "Algumas pessoas fazem brincadeiras agressivas, e acham que está tudo bem. Mas os meninos precisam aprender que toda brincadeira tem um fundo de verdade".

Apesar do nome, o projeto Meninas Também Jogam também abriga garotos. "Trabalhamos para ensinar programação, ilustração – todas as partes do design de games – para quem estiver interessado. Um menino também pode vestir a camiseta da nossa causa", diz.

Tainá revela que nunca sofreu bullying em sua formação, apesar de ser a única garota em uma classe de 50. Mas entende que é uma exceção, e que as mulheres precisam de muita coragem para entrar no mundo da tecnologia.

"Quando começamos o projeto, encontrei garotas que nem imaginavam que, por serem do gênero que são, poderiam trabalhar com design de games", revela Tainá. "Todo mundo já ouviu história de uma garota que jogava online com nome de menino, ou então não usava chat por voz por medo de revelar que era mulher".

"As mulheres sempre se interessaram por tecnologia. Elas não estão começando a jogar agora; elas estão começando a ter coragem de admitir que são meninas jogando", afirma.

+ Acessados

Veja Também