Cirurgia de catarata poderá devolver parcialmente visão de mulher com doença degenerativa

Redação PH

Redação PH

estado amplia procedimentos cirúrgicos em rondonópolis

Cirurgia de catarata poderá devolver parcialmente visão de mulher com doença degenerativa

Todo mundo que usa óculos, seja qual for o problema, percebe o quanto a falta da visão perfeita atrapalha o dia-a-dia. Para alguns, a necessidade das lentes para correção não incomoda, mas para outros é um estorvo. Os pacientes que procuram a Caravana da Transformação, no entanto, buscam solução para dois problemas que o simples uso de óculos não pode corrigir: a catarata e pterígio.

Para muitos deles a cegueira é eminente e para outros já é uma realidade, que será, de fato, transformada após o processo cirúrgico. Como a verdadeira luz no fim do túnel.

O caso da dona de casa Lucelene Maria Bezerra, de 34 anos, é ainda um pouco mais complicado. Além da catarata, ela é portadora de uma rara doença hereditária degenerativa chamada Retinose Pigmentar. Atualmente ela tem apenas 5% da visão do olho esquerdo e 10% do direito.

A doença de Lucelene causa degeneração na retina, região do fundo do olho, onde as imagens são capturadas a partir do campo visual, afetando primeiramente os fotorreceptores – células sensíveis à luz – responsáveis pela visão periférica e noturna e, posteriormente, devido à doença, estas células – bastonetes e cones – começam a se degenerar, sofrem atrofia e morrem.

Ela conta que desde muito nova tinha problemas para ver, mas não sabia ao certo o que era. Apesar da doença se manifestar muito cedo, ela teve tempo se ser alfabetizada e apesar de conseguir escrever, não é capaz de ler o que escreveu.

“Fui para Campinas 18 anos atrás tentar entender o que acontecia comigo. Á época disseram que era um problema no fundo do olho e que não tinha cura, mas não souberam me dizer qual problema ao certo. Só em 2002 fui diagnosticada com a retinose e então descobri que a doença era degenerativa. Depois disso veio a catarata para piorar a situação”, conta.

Com o problema, ela relata ser incapaz de sair de casa sem um acompanhante, pois a perda da visão não deixa com que ela realize atividades simples, porém perigosas, como atravessar a rua com segurança.

A mãe, Juarina Maria Bezerra acompanha a filha durante todos os exames realizados na 7ª Caravana da Transformação. Ela, que têm Pterígio e poderia ser operada, abriu mão de resolver seu problema, para cuidar da filha. Além de Lucelene, dona Maria tem outros três filhos com o mesmo problema.

Lucelene diz rezar para que seus filhos não desenvolvam a doença, apesar de identificar sintomas na filha mais nova. “Prefiro acreditar que eles não irão ter”, diz.

Apesar do trágico cenário, Lucelene poderá voltar a ver melhor com a cirurgia de catarata, ao menos enquanto a retinose não se agravar ainda mais.

Ela se diz esperançosa em voltar a ver o suficiente para realizar as atividades dentro de casa com tranquilidade e ver o rosto dos filhos e marido que tanto lhe dão apoio, mas salienta ter consciência de que, ainda com a melhora após a cirurgia, jamais terá uma vida normal e com o tempo, fatalmente ficará cega.

“Minha família, mãe, filhos e marido me apoiam muito o tempo todo, cuidam de mim e são a minha fortaleza”, afirma a dona de casa emocionada enquanto aguarda com esperança a cirurgia que poderá aliviar a situação ao qual foi fadada pelo destino.

+ Acessados

Veja Também