Com objetivo de ensinar e aprimorar o hábito de leitura entre os alunos jovens e adultos e com deficiência mental e física, o Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Milton Marques Curvo, em Cuiabá, idealizou o projeto “Leitura e processos de escrita na EJA: uma questão de ensino e inclusão”.
O trabalho pedagógico, que teve início no primeiro trimestre deste ano e atende nos três períodos, sendo duas horas por semana em cada período, é desenvolvido paraestudantes com dificuldades de concentração, coordenação motora, socialização, raciocínio lógico, tanto na escrita quanto na leitura oral.
A ação surgiu a partir de diagnósticos apresentados em salas de aulas sobre jovens e adultos que ainda não são alfabetizados.
“Outra especificidade, presente em sala de aula da EJA, que demanda uma atenção específica, são os alunos com Deficiência Intelectual e Física que necessitam de apoio pedagógico mais presente para que acompanhe o aprendizado, segundo suas habilidades e competências linguísticas e psíquicas”, explica coordenadora do projeto, Maria Martins da Silva Mágio.
De acordo com a professora, o aprendizado do aluno portador de Deficiência Intelectual é diferenciado, mas o que move a comunidade escolar da unidade é a inserção desses alunos na sala de aula.
“Todos os alunos, em determinado momento de sua vida escolar, podem apresentar necessidades educacionais especiais. E existem necessidades educacionais que requeremda escolauma série de recursos e apoios de caráter mais especializados que proporcionem aos alunos meios para acesso ao currículo”, informa a educadora, citando o parecer CNE/CEB.
Material didático
Maria Martins ressalta que para atender as especificidades do projeto foram confeccionados materiais lúdicos, como jogos de memória e dominós com temáticas voltadas à realidade dos alunos, e ainda, lápis adaptados para adequar à necessidade motora.
“Também utilizamos fichas de leitura, quebra-cabeça, trava línguas, ditos populares, caça-palavras, poemas, literatura de cordel e africana, gibis, notícias jornalísticas, revistas, letras de músicas etc.”.
Nesta direção, a ideia foi promover entre os alunos a desmistificação do estereótipo de que aprender a ler é difícil. “É um processo de aprendizagem que requer um tempo específico e os alunos desta modalidade tenham capacidade para desenvolver a competência linguística dentre as suas habilidades especiais”.
O projeto ainda traz em sua elaboração oficinas pedagógicas que são trabalhadas em concomitância com as diferentes áreas de conhecimento com temáticas ambientais e interdisciplinares. A intenção é incentivar a prática leitora e mostrar a importância desta em todas as disciplinas e na prática da vida diária.
A diretora do Ceja, professora Edileuza da Silva Oliveira, reconhece o valor do projeto de “Leitura e Inclusão”. “Ele está fazendo um diferencial significativo na aprendizagem dos alunos, principalmente aos deficientes físicos e intelectuais”, frisou.