Há cinco anos o casal José Neves Santana Júnior e Celiane Cristina Cruz da Cunha Santana se conheceram no mercado em que os dois trabalhavam. Ele era repositor e ela gerente do setor. O amor foi quase que a primeira vista, logo estavam namorando e pouco tempo depois estavam morando juntos.
Desde o início do relacionamento, o casal enfrentou dificuldades. De vermelho, Celiane mostrava sua alegria e se destacava em meio as mais de 400 noivas que se casaram no Casamento Social do Governo de Mato Grosso.
A primeira barreira foi vencer o preconceito da idade.Júnior, como prefere ser chamado, é oito anos mais novo que Celiane. Hoje, ele tem 28 anos e ela 36. Vencida essa etapa, veio uma segunda barreira encarada pelo casal: lidar com os filhos, Celiane é mãe de quatro filhos, eJúnior os têm como filhos.
Celiane conta que sempre sonhou em se casar, e relembraque pediu Júnior em casamento no primeiro ano de namoro. Relutante, ele disse que só casaria se a noiva estivesse com um vestido vermelho. No início, Celiane achou a ideia absurda, mas um acontecimento inesperado quase mudou o rumo desta história.
Em dezembro de 2015, Júnior passou por umgraveproblema psíquico, o que o deixou totalmente dependente de outras pessoas. O problema foi tratado e um tempo depois Júnior retomou àconsciência. Mas, perdeu o emprego. Por conta do agravamento da crise econômica, o rapaz ainda não conseguiu de volta uma vaga no mercado de trabalho, mas não perdeu as esperanças.
Diante da grave situação do companheiro, Celiane não pensou duas vezes e fez a inscrição no Casamento Social do Governo de Mato Grosso. No entanto, um imprevisto quase adiou os planos. Natural de Rondônia, ela teve que pagar uma pessoal para lhe enviar sua Certidão de Nascimento, documento obrigatório para o registro da união. O documento chegou a tempo e a inscrição foi feita.
O sonho de casar estava prestes a ser concretizado, mas mais do que casar, Celiane também sonha e quer ter a responsabilidade de cuidar de Júnior, que considera ser o amor da sua vida e com a união civil registrada poderá resolver mais facilmente questões burocráticas.
Noiva de vermelho
Celiane nunca esqueceu o pedido de Júnior sobre querer ver suanoiva de vermelho. Com a data da cerimônia marcada, ela foi atrás do vestido. Fez tudo escondido dele. Escolheu um modelo vermelhoe disse que o vestido era prata. Na hora de escolher o véu, o noivo foi junto, também escolheu um vermelho, mas alegou que era só para realçar o "vestido prata".
Ela também escolheu a roupa do noivo:uma camisa bordô e gravata prata. Escondeu tudo até o momento da cerimônia. Júnior chegou primeiro ao Ginásio de Esportes Aecim Tocantins, em Cuiabá. Celiane, chegou logo depois. Júnior conta que se assustou em um primeiro momento, mas depois achou a noiva linda e se lembrou do pedido que havia feito ainda no primeiro ano de relacionamento.
Com a união oficializada, o casal que mora no bairro Nilce Paes de Barros, espera uma vida nova, rechedada de novas conquistas.
Assim como mais Júnior e Celiane, mais 429 casais moradores de Cuiabá oficializaram a relação no Casamento Social. Oprograma é realizado por meio de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas-MT), o Núcleo de Ações Voluntárias (NAV) e o projeto Justiça Comunitária, do TJMT. Neste ano, a iniciativa já contabiliza 1.100 casamentos.
