Capacitação profissional e informação são desafios para combater a tuberculose

Redação PH

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Capacitação profissional e informação são desafios para combater a tuberculose

Problema de saúde pública desde o final do século 19, a tuberculose pulmonar é uma doença infectocontagiosa que atinge e mata a população. Em Mato Grosso, 1,204 mil novos casos foram identificados em 2016, sendo quase a metade na Baixada Cuiabana. No Brasil, foram 69 mil novos casos nesse mesmo ano e 4,5 mil óbitos em decorrência da doença. A reversão dessa situação passa pela ampliação e pelo melhoramento dos trabalhos das equipes de atendimento básico de saúde e educação para prevenção e tratamento da doença e promoção da saúde.

Estes foram os principais apontamentos levantados durante a audiência pública sobre os desafios da tuberculose realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) nesta quinta-feira (22), a pedido do deputado Dr. Leonardo (PSD). O evento reuniu representantes das secretarias de Saúde do Estado, de municípios, da saúde indígena e da saúde no sistema prisional, para debater os trabalhos realizados e medidas que podem contribuir para a redução da doença.

A tuberculose é contagiosa, mas a transmissão da doença é contida assim que o paciente diagnosticado inicia o tratamento. Mas um dos grandes problemas, explica o médico pneumologista do Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade (Cermac), doutor Carlos Garcia, é que muitos pacientes abandonam o tratamento antes do término.

“Por ser um tratamento longo, muitas pessoas não fazem ou não dão continuidade. Isso torna a doença mais resistente e ainda aumenta a possibilidade de contágio de outras pessoas”, explica o médico Carlo Garcia.

Por isso, a técnica responsável pelo agravo no serviço de vigilância epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde, Lúcia Dias, destaca a importância da presença dos profissionais de diferentes áreas com os pacientes e com a população de forma em geral. Outro ponto levantado pela técnica é com relação à capacitação dessas equipes multidisciplinares para o diagnóstico precoce.

“O problema está em pensar na tuberculose, porque os sintomas se confundem com os de uma gripe ou resfriado. É preciso pedir o exame específico para o diagnóstico da doença e início imediato do tratamento, que inclui o acolhimento do paciente à unidade de saúde para evitar a evasão. Atualmente o paciente é que chega até a unidade de saúde, não há a identificação por parte dos representantes das unidades básicas de saúde e precisamos inverter isso. Intensificar a presença dos profissionais na comunidade para acompanhar os potenciais pacientes”, propõe Lucia Dias.

O deputado Dr. Leonardo defende a capacitação dos profissionais de saúde para que possam trabalhar na identificação e no tratamento. “As pessoas que atuam na área da saúde precisam passar por treinamentos constantemente e faltam políticas públicas para isso. Isso sem falar que, por ser uma doença marginalizada, não desperta o interesse de laboratórios e pesquisadores para o desenvolvimento de drogas mais modernas e eficazes no tratamento”.

A representante da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, Simone Gutierrez, defende a bandeira da comunicação e da educação para conscientização tanto dos profissionais quanto da população, para que prestem atenção aos sintomas e à importância do tratamento. “Precisamos focar na tuberculose como um problema de saúde pública. Fazer campanhas, falar sobre a doença para que ela se torne pauta. Só assim vamos conseguir divulgar esse problema gravíssimo e informar a população”.

Mas não é só a comunidade urbana que é atingida pelo problema. O diretor da Secretaria Especial de Saúde Indígena, Ercio Lins, explica que a tuberculose foi levada pelos não índios para as aldeias e que hoje é um problema grave, principalmente pela dificuldade de acesso e logística para tratar os indígenas.

Outra população que também é atingida pelo problema é a carcerária. A dificuldade de acompanhamento do tratamento dificulta o controle e as pessoas privadas de liberdades infectadas acabam contaminando aqueles que não estão presos com quem mantém contato. Assim, além de ser um problema dentro do sistema penitenciário, é também um foco para contágio de pessoas livres que têm vínculo com essa população.

Sintomas da doença:

• Tosse por mais de três semanas;

• Emagrecimento;

• Febre no fim do dia;

• Cansaço.

Projetos de Lei -Tramitam na Assembleia Legislativa de Mato Grosso algumas propostas para implantação de programas de prevenção à tuberculose no Estado. Veja alguns deles:

PL 487/2016 – Deputado Mauro Savi

PL 217/2015 – Deputado Dr. Leonardo

PL 344/2015 – Deputado Dr. Leonardo

PL 653/2015 – Deputada Janaina Riva

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