As pessoas certas nos lugares certos

Organização e disciplina são base para empresas

As pessoas certas nos lugares certos

Com mais de 20 anos de experiência profissional, prestando consultoria às empresas, é comum nos deparamos com alguns times que dão resultados e outros não.

Seja por ausência de direcionamento estratégico ou deficiência de processos claros e estruturados, uma coisa é certa: temos que ter as pessoas certas nos lugares certos.

Segundo Peter Drucker, o maior erro das empresas e organizações é passar a maior parte do tempo tentando transformar peru em águia e águia em peru.

E o que isso significa?  Que podemos estar insistindo com profissionais em determinadas posições quando eles não possuem o perfil adequado para exercê-las. Ou até selecionando parentes e amigos para cargos estratégicos, o que não é o indicado.

Tudo isso é sem dúvida um grande desafio para qualquer gestor. Empresas que investem em um quadro de profissionais com conhecimento e perfil adequados costumam ter mais chances de diminuir os custos com rotatividade, obter melhores resultados, manter o engajamento das equipes e, claro, bater metas.

Vale lembrar que essa chave não se vira de uma hora para outra, o que nos leva à necessidade de aprimorar a capacidade de contratação e formação de pessoas.

Mas, infelizmente, o Brasil não compreendeu que a prática de gestão deve contemplar também o controle da taxa de rotatividade de funcionários nas empresas.

Pesquisas recentes apontam para uma taxa de rotatividade de 38,5% nas alterações do quadro de funcionários, ou seja, algo que deveria ser exceção, virou uma rotina. Mas, afinal, quais são os principais motivos que levam os funcionários a quererem deixar seus empregos? É possível reverter esses números?

Normalmente baixa remuneração e falta de reconhecimento estão no topo da lista, seguidos por desmotivação, preocupação com o futuro da companhia, pouco equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e insatisfação com quem desempenha o cargo de liderança.

Aliás, estudos realizados pelo Instituto Gallup demonstram que mais de dois terços das pessoas que pedem demissão, na verdade, estão renunciando aos seus chefes, não as empresas.

Também é muito comum apego a funcionários que não apresentam resultados por terem tempo de casa ou por confiança. Outro erro clássico é promover bons vendedores – cargos operacionais – para posições de liderança sem avaliar se possuem o perfil e os atributos de gestão. Deste modo, corre-se o risco de perder um bom vendedor, ganhar um gerente ineficaz e um novo problema: ter que decidir mandá-lo embora ou não.

Mas, afinal, quais alternativas para colocarmos as pessoas certas nos lugares certos? Será cada vez mais necessário o uso de ferramentas que permitam identificar a aderência de profissionais com os cargos para os quais se destinam, minimizando custos para as empresas que precisam gastar tempo e dinheiro recrutando, selecionando e treinando novos talentos.

Assim, uma das saídas seria estruturar o processo de recrutamento e seleção da sua empresa, adotando o uso de avaliações que identifiquem o perfil comportamental das pessoas.

Outras iniciativas válidas incluem: manter um banco para recebimento de currículos, ter contato e parceria com universidades, escolas técnicas; deixar um perfil ativo da empresa no LinkedIn e outras redes sociais para divulgação das vagas que surgirem.

Digo por experiência própria, ter apoio de uma equipe de contratação aumenta a eficiência e reduz o tempo de seleção. Sem mencionar que esses profissionais vão seguir o perfil da pessoa ideal passado por você e, para encontrá-la, vão fazer entrevistas, provas e avaliações de habilidades que fazem toda a diferença no dia a dia da sua empresa.

Se é possível ter pessoas certas no local certo? Com certeza. Atitude que requer muito mais visão de negócio do que investimento financeiro. Sempre é tempo de mudar a forma como fazemos as coisas para obter novos (e melhores resultados), pense nisso!

*Kelly Nunes, Administradora pela UFMT, especialista em Gestão Estratégica Avançada pela UFMS, coordenadora em Dinâmica dos Grupos pela SBDG, 23 anos de experiência em gestão empresarial, processos e planejamento estratégico e sócia proprietária da Nunes Brandão Consultoria Empresarial, [email protected].

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