Aplicação de silicone industrial no corpo pode deixar danos irreparáveis

Sol pode comprometer resultado de uma cirurgia plástica

Aplicação de silicone industrial no corpo pode deixar danos irreparáveis

Infelizmente, mesmo com a popularização da cirurgia plástica algumas pessoas ainda recorrem ao uso do silicone industrial ou líquido.  E mais uma vez, vimos na mídia mais um caso de um falso médico que dizia ser do SAMU em São Paulo aplicando silicone industrial em mulheres para aumentar os glúteos e as coxas. O resultado é uma em coma e outra que corre o risco de amputar a perna.

Essa prática perigosa teve início na década de 70, principalmente por travestis, que buscavam formas corporais mais femininas. Então mulheres e homens aderiram a ‘moda’, que é clandestina e pode causar siliconoma, uma espécie de tumor causado pela reação do corpo a aplicação do produto que pode levar a necrose dos tecidos, embolia, reações alérgicas, dificuldades para andar, deformidades e morte por infecção generalizada.

Geralmente quem aplica não tem conhecimento técnico, as chamadas ‘bombadeiras’, com materiais de origem duvidosa e em locais sem a menor estrutura o que aumenta o risco de contaminação visto que os produtos não são estéreis e podem ainda entrar na corrente sanguínea provocando a morte por septicemia(infecção).

Em alguns casos é possível retirar a substância com lipoaspiração, mas em outros é necessário remover partes do tecido, já que o produto químico se espalha pelo corpo e adere à região muscular. A cirurgia radical pode deixar o corpo ainda mais defeituoso, mas às vezes é a única alternativa.

Portanto vale o alerta que o silicone industrial tem como finalidade a limpeza de carros e peças de avião, impermeabilização de azulejos e a lustração de painéis automotivos e é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde para fins médicos.

O usado pelos cirurgiões plásticos é um silicone gel, que se encontra dentro das próteses, apropriado para este fim e só é colocado em hospitais que possuam a estrutura necessária para atender o paciente. Dessa forma,  o resultado pode ser fascinante.

Por isso,  denuncie casos em que se oferece a implantação de silicone em lugares fora do ambiente de clínica ou hospital a um valor muito barato.  O baixo custo monetário não compensa os riscos e os danos causados à saúde. Pense nisso!

Benedito Figueiredo Junior é cirurgião plástico na Angiodermoplastic. CRM 4385 e RQE 1266. Email: [email protected]

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