Aos 16, novata no CS: GO do Santos fala de preconceito e pressão

Izabella Galle em ação durante a competição de CS:GO — Foto: Saymon Sampaio / Divulgação Santos e-Sports

Aos 16, novata no CS: GO do Santos fala de preconceito e pressão

Atleta mais nova da equipe feminina do Santos e-Sports de Counter-Strike: Global Offensive, Izabella ”izaa” Galle, de 16 anos, conversou com o GloboEsporte.com sobre a origem do seu interesse pelo esporte eletrônico.

Influenciada pelo pai Sandro Galle, a atleta revelou que o interesse em jogar começou cedo. A garota teve o primeiro contato com o mundo dos games aos sete anos.

– A primeira vez que joguei eu tinha sete anos. Comecei a jogar junto com meu pai e com o meu tio que jogava profissionalmente. Eles me ensinaram a jogar e me ajudaram bastante. Com isso fui me apaixonando pelo jogo cada vez mais – disse.

Jogadora mais jovem do time, ela afirma que a pressão em cima dela é grande, mas garante que isso não afeta seu estilo de jogo.

– Me deixa um pouco pressionada, porque a expectativa em cima de mim é maior, até por ter menos experiência e tempo de jogo, e maior capacidade de evolução. Porém, não deixo essa pressão me afetar de forma alguma, até porque o Santos não me pressiona em nada. Sou eu mesma que crio isso em cima de mim – afirmou.

Izabella chegou ao Santos em maio do ano passado, quando o clube anunciou sua primeira equipe feminina de CS: GO.

Por conta de estar no ensino médio, a player precisa conciliar os estudos com os treinos da equipe. A atleta alega que teve bastante dificuldade no ano passado em razão da diferença de horários.

Izabella Galle é a mais jovem da equipe feminina de CS:GO do Santos — Foto: Saymon Sampaio / Divulgação Santos e-Sports

Izabella Galle é a mais jovem da equipe feminina de CS:GO do Santos — Foto: Saymon Sampaio / Divulgação Santos e-Sports

– É meio complicado. Em 2018 foi muito difícil pra mim, porque no início do ano nossos treinos iam até às 2h e eu tinha que acordar às 6h30 para estudar. Ficava na escola até às 17h, pois tinha aula de tarde. Isso durou uns dois ou três meses – disse a player, que conseguiu se adaptar depois de mudar de colégio.

– Após isso, a rotina do Santos deu uma mudada. Resolvi mudar para uma escola que não tinha aula à tarde e era menos puxada para conseguir focar mais no CS. Junto com isso, a rotina mudou um pouco, os horários de treino mudaram e eu consegui me adequar bem – explicou.

Preconceito e apoio dos pais

Os pais de Izabella, Karina Bieberbach e Sandro Galle, apoiam a filha desde o início e orientam ela a não levar em contar as críticas dos “haters”. Segundo eles, é um orgulho vê-la competindo.

– Nós nos sentimos muito orgulhosos e felizes. Sempre fomos acostumados com o CS, pois o Sandro sempre jogou e meu irmão também participava de campeonatos. Seguimos não somente o time dela e sim o cenário como um todo – contou Karina, que revelou que já virou um hábito assistir aos jogos eletrônicos nos finais de semana.

Apesar do crescimento da modalidade nos últimos anos, Iza conta que ainda há muito preconceito com mulheres no meio do e-Sports. Ela inclusive foi umas que sofreram de opiniões negativas.

– Eu já sofri muito preconceito por ser mulher e estar nesse meio de e-Sports. Escutando coisas do tipo ”mulher tem que estar na cozinha”, ”mulher não sabe jogar CS”, dentre outras coisas. Porém, sendo sincera, nunca dei importância para isso. Não me abala de forma alguma, nunca levei para o pessoal e sempre continuei meu jogo e ignorando essas pessoas – disse.

Pai de Izabella, Sandro Galle foi a grande influência da filha nos games  — Foto: Reprodução / Instagram

Pai de Izabella, Sandro Galle foi a grande influência da filha nos games — Foto: Reprodução / Instagram

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